FAMÍLIA, Características e Funções

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Na família humana, os contextos naturais são construções socioculturais. Os contextos naturais permitem ao indivíduo utilizar toda a variedade de recursos culturais ao longo do seu processo evolutivo. A família joga, desta forma, um papel fundamental na concretização da cultura para as crianças e jovens em desenvolvimento. Com efeito, a família constitui, por si própria um cenário sociocultural e ao mesmo tempo o filtro através do qual as crianças acedem às actividades e instrumentos típicos dessa cultura que por sua vez e através da sua apropriação as torna aptas a intervir no meio envolvente.

Assim, o papel fundamental dos pais não consiste apenas em assegurar a sobrevivência (alimentação e satisfação das necessidades primárias de calor, higiene e bem estar) dos filhos, mas a garantir a sua integração sociocultural. A esta função, alguns autores como Papousek e Papousek, 1995 chamam de parentalidade intuitiva função que permite e torna possível o acesso dos bebés ao diálogo, aos símbolos e à linguagem. A interacção entre pais e filhos está orientada para manter uma estreita comunicação, primeiro não-verbal, depois verbal, desde idades muito precoces. As características desta comunicação – sincronia, reciprocidade e ritmicidade estão especialmente vocacionadas para apoiar a emergência dos processos de simbolização e de linguagem.

Características das famílias actuais

 

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Grandes transformações que afetam:

·        Aspectos demográficos:

Acesso da mulher ao mundo do trabalho, já não por questões de mera sobrevivência económica mas porque o trabalho constitui, hoje, uma componente essencial da sua própria identidade. Uma vez no mercado de trabalho, já não saem mais de lá como acontecia outrora, nem pelo facto de se casarem, nem de terem filhos: efeitos sociais e legais importantes: equilíbrio de poderes e divisão de tarefas dentro de casa

Drástica diminuição do número de filhos

Alargamento do número de anos da presença dos filhos em casa

Mudança do modelo tradicional (Agrupamento nuclear composto por um homem e uma mulher unidos pelo matrimónio, com filhos tidos em comum, todos debaixo do mesmo teto; o h. trabalha fora de casa e aufere os meios económicos necessários para garantir a subsistência da família. A mulher cuida da casa e dos filhos) da família

Da visão monolítica da família à visão pluralista:  – coabitação ou matrimónio, filhos dentro e fora do matrimónio, uniões homossexuais, famílias monoparentais.

Para se falar de família, não é necessário que haja matrimónio: as uniões matrimoniais ou consensuais dão origem a novas famílias;

Famílias com filhos adoptivos ou por resultado de técnicas de fertilização assistida ou filhos de outras ligações.

A mulher não se dedica exclusivamente aos filhos mas a outro tipo de trabalho fora de casa.

O pai, por sua vez, já não é um mero gerador de recursos, mas pode implicar-se activamente no cuidado e na educação dos filhos.

O n.º de filhos baixou significativamente e, em muitos casos, é apenas um.

As famílias reconstruídas são hoje uma realidade.

Então qual é o conceito actual de família?

É uma união de pessoas que partilham um projecto de vida comum que pretendem duradouro, onde se geram fortes sentimentos de pertença ao grupo, existe um compromisso pessoal entre os seus membros e se estabelecem intensas relações de intimidade, reciprocidade e dependência.

Daqui resulta:

1º Interdependência, comunicação e a intimidade entre os adultos implicados

2º Uma relação de dependência estável entre quem cuida e educa, por um lado, e que é cuidado e educado, por outro

3º A relação está baseada num compromisso pessoal de largo alcance dos pais entre si e dos pais com os filhos

Funções da família

A família é, antes de mais, uma importante rede de apoio pessoal e social pelo que é importante destacar a sua eficácia e a sua adaptação às circunstâncias.

Antes de nos situarmos nas funções da família relativamente ao papel que desempenham junto dos filhos, importa situar o significado de ser pai e mãe.

1º Tornar-se pai e mãe significa por em marcha um projecto de vital educativo que supõe um longo processo que se inicia no nascimento dos filhos e contempla todo o seu processo de crescimento, socialização e desenvolvimento.

2º Converter-se em pai e mãe significa implicar-se numa profunda implicação pessoal e emocional que deverá respeitar as exigências da assimetria existente entre pais e filhos.

3º Ser pai e mãe significa desenvolver e realizar todo um conjunto de tarefas de acordo com o projecto educativo traçado.

Quatro funções básicas da família:

1º Assegurar a sobrevivência dos filhos, o seu crescimento, a sua socialização, nas suas condutas básicas de comunicação, diálogo e simbolização

2º Assegurar um clima de afecto e apoio sem os quais o desenvolvimento psicológico são não será possível O clima de afecto implica a criação de relações de apego, um sentimento de relação privilegiada e de compromisso emocional. A família constitui um ponto de referência psicológico.

3º Dar a estimulação necessária para capacitar os filhos a melhor se relacionarem e intervirem no meio envolvente.

4º Tomar decisões face a outros contextos educativos que, a par da família, se encarregaram de educar, já que os pais de hoje não podem abarcar a responsabilidade e a operacionalização de todas as tarefas educativas de que a criança e o jovem necessitam para que no futuro possam intervir eficazmente na sociedade.

Factores de protecção e factores de risco na vida familiar

Importa ao analisar os factores de tensão e de protecção que gravitam sobre a família ter presente a análise de Bronfenbrenner sobre a ecologia do desenvolvimento humano. Com efeito, este autor considera que o desenvolvimento humano é marcado por um sistema de influências que vão das mais próximas às mais distantes, sistemas que configuram e definem o meio ecológico em que o desenvolvimento se produz. A sua análise é de extrema utilidade para descrevermos os factores de protecção e de risco a que a família está exposta.

Para o autor, 4 tipos de sistemas influenciam a família, mantendo entre eles uma relação muito próxima:

-Macrossistema

-Exossistema

-Mesossistema

-Microssistema

Macro – é o sistema mais distante relativamente ao indivíduo e inclui os valores culturais, as crenças e as situações e acontecimentos históricos que definem a comunidade em que a família vive e que pode afectar os restantes sistemas (prejuízos sexistas, a valoração do trabalho, a depressão económica…).

Exo – Integra as estruturas sociais formais e informais que influenciam e delimitam os acontecimentos e os comportamentos dos ambientes que estão mais próximos do indivíduo (família alargada, condições e experiências de trabalho, amizades, relações de vizinhança…)

Meso – Refere-se ao conjunto de relações entre dois ou mais microssistemas nos quais o indivíduo em desenvolvimento participa de forma activa (família-escola.

Micro – É o sistema ecológico mais próximo e compreende o conjunto de relações entre o indivíduo em desenvolvimento e o ambiente mais próximo em que se desenvolve – família e escola

Factores de tensão e risco

MACRO

Tempo laboral – tempo completo, jornada extensa – aliado a carência de recursos locais para deixar os filhos no período extra-escolar. Sai de casa com a casa vazia e encontra no regresso, de novo o vazio e a ausência dos seus pais.

MESO – Ausência de articulação e coerência entre os dois microssistemas em que a criança está integrada: escola e família. Ausência de comunicação entre as instituições. Os pais delegam os poderes e a responsabilidade educativa na escola. Por sua vez a escola demite-se da responsabilidade dos seus educandos, sempre que estes não estão a pisar o espaço escolar. A intromissão e influência que os pais exercem na escolha dos amigos dos filhos não se dando conta que as escolhas dos filhos dependem, em larga medida, do ambiente familiar vivido: sempre que o clima é hostil e frustrante para os filhos é habitual que os jovens procurem outros ambientes familiares de valores e práticas opostas às da sua família: droga, delinquência, etc.

MICRO – Paradoxos educativos, ideias e condutas educativas, incompetência, falta de confiança, ambientes familiares desorganizados. A presença de toxicodependentes, deficientes, etc.. Problemas conjugais.

Factores de protecção

MACRO – Valorização da família e da vida familiar, da relação dos pais com os filhos. Índices baixos de divórcio ou atitudes tolerantes face às rupturas.

MESO – Serviços de apoio às famílias – aconselhamento, acesso aos serviços sociais, de saúde, comunitários, serviços para famílias com filhos com nee, serviços com actividades dirigidas a grupos de risco, sem esquecer as actividades de prevenção e educação e programas de sensibilização à comunidade em geral.

EXO – Redes informais de apoio constituídas pela família alargada e/ou pelas relações de vizinhança 8suporte emocional e instrumental). Sentimento de responsabilidade comunitária e partilhada

MICRO – O afecto que une os diferentes elementos, através do apego mútuo. Estilos de vida familiar mais igualitários e participativos a desfavor dos estilos familiares mais autocráticos e segregacionistas. Estabilidade, comunicação…

Actividades educativas desenvolvidas pela família

Que actividades organizam os adultos para os seus filhos?

Os adultos organizam as actividades das crianças para que elas aprendam aquilo que é valorizado pelos membros mais influentes da comunidade. Assim, é vulgar confrontarmo-nos com adultos que ensinam aos seus filhos determinadas capacidades e conhecimentos sobre o meio e progressivamente compartem com eles a realização das actividades cedendo-lhes à medida do seu cada vez melhor desempenho a responsabilidade e o controlo sobre as mesmas.

As actividades são definidas pela própria família e através do ensino, os adultos asseguram aos mais jovens a transmissão cultural, de geração em geração.

A família é fundamentalmente um contexto de relações interpessoais onde se adquirem conhecimentos, habilidades e destrezas no uso das ferramentas do mundo real. Estas aquisições fazem-se pela intervenção e acção num conjunto de actividades valorizadas positivamente pela própria comunidade de inserção.

Ao analisarmos a família e os seus valores educativos não podemos ignorar, como afirma Palacios quer as variáveis sociodemográficas da família, quer a qualidade das interacções adulto-criança.

No cenário educativo, a família tem como principais funções as de manutenção, estimulação, estruturação e controle. As três primeiras promovem respectivamente a actividade biológica/física, a cognitiva7atencional e a social/emocional do indivíduo em desenvolvimento. As duas últimas – estruturação e controle têm uma função reguladora sobre as anteriores, já que asseguram que a manutenção, a estimulação e o apoio se produzam no momento apropriado, em quantidades apropriadas e organizadas de modo conveniente para o desenvolvimento.

Manutenção – assegura a viabilidade, a integridade biológica e a sobrevivência do organismo. Cuidados de saúde apropriados, evitamento de situações de perigo: venenos, drogas, tóxicos, etc.

Estimulação permite o contacto do organismo com todas as modalidades de informação sensorial através da atenção do próprio indivíduo. Estes dados promove a informação sobre o mundo envolvente e desta forma o desenvolvimento cognitivo

Apoio – O apoio actua contingentemente às necessidades emocionais e sociais do indivíduo. O ambiente deve ser reforçante (no sentido proactivo) e responsivo (em sentido reactivo) o que aumenta a qualidade das relações estabelecidas. O apoio promove, igualmente, o desenvolvimento psicológico adaptado, o sentido de bem-estar social, confiança no mundo e competência nas relações com os outros.

Estruturação – Esta função permite apresentar às crianças uma organização óptima dos objectos, acontecimentos, encontros com os outros, actividades, etc., articulados no tempo e no espaço. Os ambientes familiares previsíveis e ordenados permitem às crianças estabelecer rotinas, ajudam-nas a aprender o significado e a função das coisas, a saber nomeá-las, a memorizar melhor as suas localizações, a resolver problemas.

O desenvolvimento cognitivo depende não só da quantidade e qualidade dos estímulos que recebe, mas também da forma como eles estão organizados num tempo e num espaço determinados. Um ambiente estruturado é, igualmente, importante para o funcionamento socioemocional dos filhos. As situações incontroláveis e imprevisíveis geram as maiores doses de ansiedade e depressão.

Controle – É o seguimento e supervisão das actividades do organismo em desenvolvimento na sua relação com as circunstâncias ambientais. A supervisão não se refere apenas às necessidades físicas e biológicas mas também às das competências cognitivas e socioemocionais do organismo.

Diferentes pais, diferentes cenários

Porque é que determinados cenários familiares cumprem estas funções de forma eficaz, enquanto outros ou não as cumprem, ou o fazem num quadro de grande precaridade?

A chave para compreendermos a diferença está, sem dúvida, nos pais. Com efeito, são os pais que dão forma ao contexto de desenvolvimento ao promover espaços de realização de actividades, rotinas culturais e práticas que permitam a participação das crianças. Estes espaços reflectem, antes de mais, as concepções dos pais sobre desenvolvimento e educação dos filhos

O QUE SE ENTENDE POR PSICOTERAPIA PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES?

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A psicoterapia refere-se a uma variedade de técnicas e métodos utilizados para ajudar crianças e adolescentes que episódica ou mais permanentemente experimentam dificuldades com as suas emoções ou comportamentos. Apesar de existirem diferentes tipos de psicoterapia, cada um se baseia na comunicação como instrumento básico para produzir mudanças nos sentimentos e nos comportamentos de uma pessoa.

A psicoterapia pode envolver uma criança individualmente, um grupo de crianças, uma família ou um grupo de famílias. Em crianças e adolescentes, o jogo, o desenho, a construção e o faz de conta bem como o diálogo, são importantes formas de partilhar sentimentos e resolver problemas.

Como parte da avaliação inicial, um profissional de saúde mental qualificado ou a criança e o adolescente em sofrimento ou com desadaptações sociais importantes irão determinar a necessidade de psicoterapia. Esta decisão será baseada em problemas atuais da criança, a sua história, o nível do seu desenvolvimento, a capacidade de cooperar com o tratamento, e nas intervenções mais suscetíveis de ajudar a criança ou o adolescente a ultrapassar ou a minorar as dificuldades que apresenta. A relação que se desenvolve entre o terapeuta e o paciente é muito importante. A criança ou o adolescente devem sentir-se confortáveis, seguros e compreendidas. Este tipo de confiança facilita na criança a expressão dos seus pensamentos e sentimentos e permite que a terapia possa minorar o sofrimento e promover o equilíbrio psicológico da s crianças e adolescentes.

Com efeito, a psicoterapia ajuda crianças e adolescentes images98VQ8I3Bde várias maneiras, podendo, através do apoio emocional resolver conflitos com pessoas, compreender os sentimentos e problemas e experimentar novas soluções para velhos problemas. As metas da terapia podem ser específicas (mudança de comportamento, melhoria das relações com amigos ou família), ou mais gerais (menos ansiedade, melhor autoestima). O número de sessões da psicoterapia varia de acordo com a complexidade e a gravidade dos problemas.

Relativamente à psicoterapia, os pais devem colocar as seguintes questões:

·     Por que é que a psicoterapia é recomendada?

·     Que resultados podem esperar?

·     Quanto tempo é que o filho terá de fazer a terapia?

·    Qual é a periodicidade das sessões?

·    O psicólogo estará nas sessões apenas com a criança ou haverá sessões onde os pais e a família também vão estar?

·    Qual é o preço das sessões?

·    De que forma é que os pais são informados acerca dos progressos do filho e como os podem ajudar?

·  Quanto tempo que esperar para ver mudanças?

Se ao longo de um ou dois anos os pais não vêm mudanças, devem conversar com o psicoterapeuta e tentar compreender a ausência dos resultados esperados.

Português de Macau lança site de emprego revolucionário  

O site Ao Dispor é uma plataforma gratuita destinada à procura e oferta de serviços que elimina a necessidade de intermediários.

Passou a infância e a adolescência em Macau, mas foi em Portugal que lançou o portal Ao Dispor (alojado em www.aodispor.pt ), uma plataforma gratuita que põe os profissionais directamente em contacto com quem deles precisa. Inspirado na crise portuguesa, Ricardo Pinho resolveu criar, mais do que um site de emprego, uma “plataforma de empreendedorismo”.

A adesão têm sido boa e os planos de expansão incluem Macau e Hong Kong ainda este ano: “A inspiração para criar este site veio da crise económica e financeira e da situação do desemprego elevado em Portugal e no Sul da Europa”, contou Ricardo Pinho ao PONTO FINAL. “O que se passa, normalmente, é que as pessoas desempregadas enviam os seus currículos às empresas que consideram potenciais contratadoras na sua área. Mas com…

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A importância do Jogo e do brincar

 

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A actividade de brincar é uma tarefa levada a sério pelas crianças seja qual for a sua idade e felizmente que o é já que a brincar as crianças crescem e aprendem, experimentam e praticam futuras competências, estimulam os seus sentidos, aprendem a usar os músculos, a coordenar a visão com a acção e ganham domínio sobre os seus corpos. Descobrem coisas acerca do mundo e acerca delas próprias. Adquirem novas competências. Desenvolvem a linguagem, experimentam diferentes papéis e, ao reconstruírem as situações da vida real, lidam com emoções complexas e vão aprendendo os diferentes papeis que os adultos desempenham.

O jogo é uma actividade séria e importante, um factor de construção, desenvolvimento e realização. O jogo permite que a criança represente a realidade, comunique, desenvolva o seu imaginário, e a criatividade e aprenda a partilhar e a interagir com os outros. Ao relacionarem-se com amigos, descobrem o valor da negociação, do compromisso, do autocontrole e treinam as suas habilidades para resolver conflitos.

Piaget, Vigotsky, Bruner, entre outros, afirmaram que o jogo é fundamental para o desenvolvimento físico, cognitivo, linguístico, emocional, afectivo e social. O brincar requer envolvimento emocional, contacto social, acções físicas, além de relações cognitivas na expressão e apreensão das regras da brincadeira.

É através do jogo que a criança aprende a distinguir os objectos das acções, as pessoas daquilo que elas produzem. É ainda uma forma de resolver problemas e de aprender que há diversas maneiras de chegar a soluções idênticas. Ao brincar as crianças abrem caminhos para novas aprendizagens e moldam a futura personalidade do adulto, ou seja, adquirem a capacidade de improvisar, de pensar fora do convencional e de inventar novas soluções.

Ao desenvolver mais e melhores competências, a criança adquire autoconfiança, perseverança e motivação.

O jogo promove o desenvolvimento cognitivo em muitos aspectos, tais como, descoberta, capacidade verbal, produção divergente, habilidades manipulativas, resolução de problemas, processos mentais, capacidade de processar informação (Rubin, Fein & Vandenberg, 1983, cit. por Neto, 2001). O empenhamento no jogo e os níveis de complexidade envolvidos alteram e provocam mudanças na complexidade das operações mentais (Levy, 1984, cit. por Neto, 2001).

A criança aprende a estruturar a linguagem através do jogo, isto é, brinca com verbalizações e, ao fazê-lo, generaliza e adquire novas formas linguísticas (Garvey, 1977, cit. por Neto, 2001).

Ao jogar, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende, negoceia e, sobretudo, estimula a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia. Aprende a conviver em grupo e a lidar com frustrações quando não é vencedora, apura a concentração e a atenção sobre tudo o que se está a passar à sua volta. Brincar é assim, indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança.

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O jogo também está associado à autonomia, pois deixar a criança fazer, é meio caminho andado para que ela perceba que não depende do adulto para tudo.

Durante as brincadeiras, a criança testa os seus conhecimentos de linguagem, e capacidade de resolução de problemas, sejam eles ao nível de expressão oral, matemática ou o entendimento de conceitos que dizem respeito ao conhecimento do mundo. O jogo é, por excelência, integrador, tem sempre um carácter de novidade, o que é fundamental para despertar o interesse da criança, e à medida que vai jogando, a criança vai-se conhecendo melhor, construindo interiormente o seu mundo. Esta actividade é um dos meios mais propícios à construção do conhecimento.

Segundo Vygotsky, nos jogos da criança são observáveis processos de criação, porque no jogo a criança representa e produz muito mais do que aquilo que viu.

O que é uma avaliação psicológica?

 

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O que é uma avaliação psicológica

 Uma avaliação psicológica é a pesquisa dos factores positivos e negativos do cliente para  ajudar a compreender e explicar o seu comportamento e sentimentos. Esta pesquisa pode envolver questionários e entrevistas, bem como a avaliação através de testes formais e da observação informal do comportamento nos vários contextos de vida.

Por que uma criança ou jovem pessoa teria uma avaliação psicológica?

Uma avaliação psicológica pode ser útil quando crianças ou jovens têm dificuldades na escola ou alterações do comportamento social e escolar. Desta avaliação leva à realização e implementação de um programa de intervenção para a família e/ou para a escola para que desta forma a criança ou o jovem possa vir a melhorar os seus resultados académicos ou o seu comportamento social.

Quem faz as avaliações psicológicas?

As avaliações psicológicas são feitas por psicólogos, especialmente treinados e especializados. Infelizmente, em Portugal assistimos a situações em que profissionais de outras áreas que não as da psicologia, ultrapassando as suas funções e conhecimentos, aplicam testes e avaliam crianças e jovens.

O que é um psicólogo?

Um psicólogo é uma pessoa que tem treinado no estudo científico de como as pessoas pensam, sentem, aprendem e agir.

Eles podem ajudar a que as pessoas compreendam melhor o seu comportamento, as suas angústias e ansiedades.

Uma psiquiatra é diferente para um psicólogo – os psiquiatras foram formados para tratar a doença mental através de medicação específica. Há contudo psiquiatras que com formação complementar podem estabelecer com os seus pacientes uma relação de ajuda.

Os psicólogos que trabalham com crianças e jovens trabalham, habitualmente com os pais, professores e outros trabalhadores.

Quais os tipos de avaliações psicológicas existem?

Há muitos e diferentes testes psicológicos disponíveis. O psicólogo escolherá aqueles que são mais úteis dependendo as características da avaliação em curso. As avaliações psicológicas de crianças e jovens envolvem, muitas vezes e sobretudo quando há dificuldades escolares, o estudo da : testes de seus:

  • inteligência (pensamento)
  • das suas competências
  • da atenção e concentração
  • da memória
  • das emoções e sentimentos
  • do comportamento pessoal e social.
  • Características da avaliação escolar:
  • Sempre que possível, o diagnóstico escolar deverá incidir em informações recolhidas previamente à consulta e, posteriormente, em articulação com o educador, professor ou director de turma do estabelecimento de ensino em que a criança/jovem frequenta.
  • O diagnóstico escolar relaciona-se com a avaliação das aprendizagens específicas, assim como dos recursos e das competências pessoais que influenciam directamente o processo de aprendizagem.
  • O processo de qualquer tipo de aprendizagem diz respeito à forma como o indivíduo processa a informação – recebe, compreende, integra, retém e exprime de forma verbal ou não verbal –, tendo em conta as suas capacidades e o conjunto das suas realizações. As dificuldades de aprendizagem específicas podem, assim, manifestar-se na dificuldade em qualquer uma destas etapas de processamento de informação.

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As áreas mais comuns de dificuldades de aprendizagens são:

 A fala;

  • A leitura;
  • A escrita;
  • A matemática e/ou resolução de problemas.
  • Tais dificuldades podem ocorrer por variáveis intrínsecas e/ou extrínsecas à criança ou jovem.
  • Variáveis Intrínsecas:
  • Cognitivas
  • Perceptivo-motoras
  • Emocionais e sociais
  • Culturais
  • As variáveis de natureza extrínseca respeitam as condições pessoais e profissionais dos professores e a natureza da tarefa de aprendizagem com que a criança ou o jovem é confrontado.
  • A intervenção que procura ultrapassar as dificuldades de aprendizagem sentidas, precede a um diagnóstico abrangente das reais variáveis que interferem no processo de ensino‑aprendizagem.
  • Do processo de diagnóstico escolar, fazem parte as seguintes fases metodológicas:
  • 1º Investigação do Percurso Escolar Anterior – procurar fontes de informação relativamente à história pré-escolar e escolar da criança/jovem (pedidos de relatórios a instituições escolares anteriormente frequentadas, informações de antigos professores e de familiares);
  • 2º Avaliação do Nível de Aquisições Escolares – realizar, em conjunto com a escola, uma avaliação global das competências escolares;
  • 3º Trabalho em parceria com o Estabelecimento de Ensino – realizar reuniões com o actual ou futuro Professor/Educador da criança/jovem para a avaliação conjunta da situação escolar, designadamente dos pontos fortes e fracos das aprendizagens escolares e sociais, para o delineamento de um plano de intervenção individual, com objectivos específicos e a operacionalizar em articulação com a Escola.

Características da avaliação do contexto familiar:

 A avaliação diagnóstica a realizar junto das famílias tem como objectivo reunir as informações necessárias para que, posteriormente, se delineie um plano de intervenção capaz de melhorar a relação família-criança/jovem, de potencializar a capacidade dos pais para avaliarem as necessidades e recursos dos filhos, para diversificarem situações de estimulação cognitiva e para gerirem os afectos na relação com os mesmos.

  • Todos estes aspectos estão na base de uma intervenção que potencialize a possibilidade das famílias adquirirem e desenvolverem melhores condições para uma possível reintegração das crianças e dos jovens junto delas.
  • Nesta fase de diagnóstico, é importante identificar e compreender os vários factores e características familiares, designadamente a sua história, dinâmica e padrões comunicativos, bem como as necessidades e recursos materiais, físicos e culturais que caracterizam a família.
  • Em todos os contactos que se tiver com as famílias dever-se-á, igualmente, compreender o padrão de comunicação e de interacção social, uma vez que estes reflectem as características funcionais de cada indivíduo e as da dinâmica familiar. Referimo-nos, por exemplo, ao padrão de interacção da família com a criança ou o jovem, aquando das suas visitas à instituição.

 

Cuidados a ter na entrevista:

 Os técnicos devem ter uma postura de permanente auto-análise e de distanciamento dos seus próprios valores e julgamentos para que não se corra o risco de se inviabilizar o diagnóstico.

  • A avaliação das famílias tem sempre factores de ordem subjectiva, devendo, por isso, ser realizada em conjunto, por dois elementos da equipa técnica da CAT.
  • Em toda e qualquer análise ou avaliação sobre uma família, dever‑se-á ter em conta que esta se encontra numa situação difícil, em que o seu equilíbrio e controlo emocional são postos à prova. Há mães, por exemplo que se defendem da sua culpabilidade atacando os técnicos da instituição e acusando-os da privação dos filhos a que estão sujeitos.
  • A melhor metodologia utilizada é aquela que conseguir recolher o máximo de informação necessária relativamente à vida actual e passada e, ainda, a que permita compreender as perspectivas e expectativas de futuro; assim como compreender, da melhor forma possível, as vivências pessoais e familiares, relativamente à problemática em questão, e procurar recursos e possíveis soluções para o seu encaminhamento.

 

Entrevista psicológica:

 

  • A entrevista com os pais ou familiares de uma criança/jovem constitui um tipo particular de entrevista, uma vez que quem solicita a “consulta” não é o interessado mas a instituição que tem a responsabilidade de acolher a criança/jovem.
  • A entrevista psicológica tem as suas particularidades e distingue-se de outras entrevistas directivas ou semi-directivas ou as que utilizam questionários e cujo objectivo é obter dados sequenciais e características de vida que concorram para a compreensão da situação
  • Na entrevista psicológica é o psicólogo que deduz os aspectos desconhecidos, pelo entrevistado, relativos à sua própria vida. Com efeito, entrevistar pode entender-se como “entre-ver” e “entre-escutar” a partir de conteúdos manifestos, aquilo que não é totalmente consciente.
  • Na entrevista psicológica não é tão importante obter todos os dados da vida de uma pessoa (como acontece na entrevista direccionada para esse objectivo), mas antes o modo como são reconstruídos, sentidos e investidos de significado pelo familiar entrevistado.
  • Entendida desta forma, a entrevista permite ao entrevistado reconstruir a sua versão singular da história familiar e individual. Neste sentido, os factos são narrados, em cada caso, de uma maneira pessoal e peculiar, uma vez que as pessoas ao narrá-los utilizam determinadas palavras e estruturam frases que seguem uma sequência, configurando sistemas significantes próprios e singulares.
  • É óbvio, então, que numa entrevista psicológica (ao contrário do que se passa numa entrevista direccionada para a recolha de informações), se se estimar a narrativa ou os fragmentos da mesma como irrelevantes, interromper o relato com perguntas inoportunas ou com intervenções fora do tempo, poder-se-á reduzir o material desta a uma soma de dados desconexos ou, no melhor dos casos, a um discurso pobre.
  • A lógica a que obedece o relato que os familiares fazem, obriga o psicólogo a assumir uma perspectiva de escuta diferente daquela que considera o conhecimento sobre o passado como uma acumulação cronológica de dados.

 

O PAPEL DOS PAIS NAS APRENDIZAGENS DOS FILHOS

 

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Embora o papel dos pais na aprendizagem de seus filhos evolua à medida que as crianças crescem, uma coisa permanece constante: nós somos modelos de aprendizagem dos nossos filhos. As nossas atitudes sobre educação podem inspirar a deles e mostrar-lhes como se devem comportar no seu dia-a-dia educativo.

Ser um modelo para a aprendizagem.

Nos primeiros anos, os pais são os primeiros professores dos seus filhos. Quando uma criança começa a escola formal, o trabalho dos pais é, sobretudo, explicar-lhes que a escola vai acrescentar e dilatar os conhecimentos que os filhos aprenderam em casa. Aquando da entrada na escola os pais devem dialogar com os filhos acerca do bom que é aprender e adquirir maiores conhecimentos.

Cabe aos pais ajudarem os seus filhos a organizar o seu tempo de estudo e apoiar o seu desejo de aprender coisas novas dentro e fora da escola.

Prestar atenção à forma como os filhos aprendem e quais os estímulos que os desafiam para as aprendizagens.

Uma das coisas mais importantes que um pai pode fazer é observar o seu filho. Ele é um falador… ou ele é tímido? Descobrir o que lhe interessa e ajudá-lo a explorar. Deixe o seu filho mostrar a forma como ele gosta de aprender.

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Sintonizar com a forma como a criança aprende.

Muitas crianças usam uma combinação de modalidades para estudar e aprender. Algumas aprendem visualmente através de imagens e fotos, outros através de experiências tácteis. Outras, ainda, são melhores aprendizes quando os estímulos são auditivos. O que é importante reter é que as crianças não aprendem da mesma forma (Leiam “Dificuldades de aprendizagem I e II no FB Manuela Machado – Psicologia).

Prestando atenção à forma como a criança aprende, os pais podem ser capazes de despertar o seu interesse e explicar matérias difíceis.

Praticar o que a criança aprende na escola.

Muitos professores incentivam os pais a interessarem-se pelo que os seus filhos estão a aprender não para os ensinar (para isso existe a escola) mas para os ajudar a tirar dúvidas.

Reservar tempo para lerem juntos. Ler em voz alta regularmente.

Se o seu filho se mostra relutante para a leitura, ler em voz alta irá ajudá-lo na estrutura e vocabulário de um texto e aumentará, certamente, o interesse pela leitura. É importante ler um capítulo em voz alta, e outro para si próprio. Deixe que sejam as crianças a escolherem os livros que vão querer ler.

Ligar os saberes adquiridos com os acontecimentos da vida quotidiana.

A aprendizagem faz parte da experiência quotidiana da criança, especialmente quando se trata de questões do dia-a-dia do seu filho. Quando, por exemplo está a cozinhar, pais e filhos podem fazê-lo em conjunto e, desta forma, estão a treinar a matemática. Quando o pai ou a mãe estão a conduzir, podem contar as matrículas e falar sobre os diferentes países. Quando a criança estuda o tempo, pode explicar-lhe porque existem diferenças de temperatura nas diferentes estações do ano. É importante ter com os filhos conversas em que ambos, pais e filhos, dão e recebem.

Interligar os conhecimentos que a criança aprende com os que acontecem ou aconteceram no mundo.

As crianças mais velhas devem saber relacionar os conhecimentos escolares com os acontecimentos mundiais. Os pais podem fazer-lhes perguntas, como por exemplo, o que fazer no caso de a cidade ser invadida por um furacão.

Ajudar os filhos a crescer é difícil, mas há truques que ajudam a tornar mais eficaz esta tarefa.

 

 

 

 

 

Ajudar sua criança aresponsabilizarem-se pela sua própria aprendizagem.

É importante que as crianças aprendam a serem responsáveis pel sua própria aprendizagem, pelos seus sucessos e fracassos. É necessário mostrar-lhes como se devem envolver na aprendizagem e explicar-lhes que as motivações para a aprender devem nascer dentro delas e não serem, apenas, dependents das recompensas externas.

As agendas das crianças devem ter tempos livres.

Os pais têm muitas vezes, para assegurar uma formação geral e diversificada aos seus filhos, a necessidade de, depois da escola, os colocar em diversas actividades, sejam elas de natureza cultural, artística ou motora. Mas é muito importante que os pais compreendam que as crianças precisam de tempo de inactividade, de brincarem sozinhos ou com amigos. Muitas das actividades que as crianças são obrigadas a fazer tiram-lhes alegria, provocam-lhes cansaço e desmotivação.

 

Ajudas e suportes para vencer a dislexia

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As crianças e os jovens podem achar que não conseguem ler com velocidade e compreenderem o que lêem.

Alguém pode ler para eles.

O pai, a mãe ou um irmão mais velho pode ler. Se alguém estiver disposto a ler em voz alta, a criança ou o jovem pode ouvir e tentar compreender o que ouve. A leitura for gravada permitirá que seja ouvida novamente. Se a criança estiver a ouvir a gravação deve ter o livro aberto e ir seguindo nele o que está a ouvir.

Algumas dicas para que as crianças/jovens possam compensar as dificuldades na leitura

As crianças podem melhorar a sua leitura e compreensão dos textos se:

·        Lerem com um marcador ou uma régua. Isso pode ajudar a não fugir da linha de leitura;

·     Lerem em voz alta para que possam ouvir-se a ler;

·        Pararem e pensarem na forma como leram. Ler um parágrafo e, em seguida, parar e pensar sobre o texto que acabaram de ler. Dizerem a si mesmos o que acabaram de ler. Falar em voz alta, para si próprios pode ajudar. Se não se conseguirem lembrar o que leram, deverão ler de novo;

·        Usarem uma caneta para realçar as coisas que são importantes;

·        Lerem as perguntas antes de lerem o texto. Depois e, enquanto estiverem a ler, devem pensar nas perguntas. Devem ler tudo antes de tentar escrever as respostas.

Na sala de aula:

·        Prestarem atenção na aula;

·       Serem ouvintes activos. Enquanto estão a ouvir devem pensar sobre o que o professor está a dizer;

·       Tentarem ocupar os lugares onde se ouve melhor;

·       Tentarem sentar-se ao pé dos bons alunos;

·        Porem questões quando não entendem. Ao fazerem perguntas, o professor sabe que os alunos estão a ouvir e a tentar compreender.

Tomar notas:

·        Quando estão a ouvir o professor tenham na mão uma caneta ou lápis e papel para escrever sobre as matérias que estão a ser explicadas;

·        Ouçam com um marcador de texto na sua mão e o livro aberto;

·        Se perderem alguma informação, deixem um espaço e continuem a escrever. Preencham os espaços mais tarde com a ajuda do professor ou de um colega;

·       Se não souberem escrever uma palavra, basta colocarem as primeiras letras ou escreverem o que lhes parece. Mais tarde corrigem o texto;

·        Não tentem escrever tudo;

·        Copiem o que o professor escreve no quadro;

·        Ouçam dicas sobre o que escrever. Estejam atentos sempre que o professor diz que os alunos precisam de saber isto ou aquilo ou que alguma matéria pode sair no teste. Se o professor faz uma pausa, é porque quer que o aluno faça anotações;

·        Em casa, revejam as notas que tiraram na aula. Preencham os espaços em branco. Corrijam a ortografia;

·        Reescrevam as anotações de outra forma, como por exemplo num mapa mental.

Com estas sugestões os alunos podem melhorar o seu desempenho académico

 

 

 

Sintomas de alienação parental

 

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Douglas Darnall afirma que para evitar os efeitos devastadores da Alienação Parental, é necessário, antes de mais, reconhecer os seus sintomas. De uma maneira geral muitos dos sintomas ou comportamentos são desencadeados pelo pai. Quando a criança manifesta ódio e despreza de forma intensa o pai-alvo, este comportamento é significativo de uma síndrome de alienação parental.

Para mais facilmente entendermos e podermos diagnosticar esta síndrome, descrevemos os comportamentos que o podem caracterizar. Há contudo que ter cuidado na sua interpretação, uma vez que todos nós, em certos momentos da nossa vida, exibimos como pais, algum ou alguns deles aqui citados.

1.     Pedir à criança que escolha quando esse direito não lhe assiste. De facto, há situações em que os tribunais impedem judicialmente a visita ao outro pai/mãe. É habitual que a criança culpe o pai com quem não vive, por esta situação.

2.     Contar “tudo” sobre o relacionamento conjugal ou os motivos que desencadearam o divórcio. O progenitor que partilha estes dados com a criança, defende-se, habitualmente, com a sua honestidade para com os filhos.

3.     Recusar que a criança leve as “suas coisas” quando visita o progenitor que não tem a sua guarda.

4.     Resistir ou recusar-se a cooperar, não permitindo que o outro pai vá à escola, ao médico ou leve a criança a actividades extra-curriculares.

5.     Culpar o outro progenitor por problemas financeiros, obrigando a família a ter outro estilo de vida, ou ter uma namorada/namorado, etc.imagesDKB8AHD5

6.     Recusar qualquer flexibilidade nos horários de visita, a fim de responder às necessidades da criança. O progenitor alienante também pode inscrever as crianças em tantas actividades que o outro pai nunca tem possibilidades de receber o filho.

7.     Se o pai exerceu violência doméstica contra a mãe ou vice-versa, dizer à criança que o mesmo acontecerá com ela. Este pressuposto não é sempre verdadeiro.

8.      Pedir à criança para escolher um dos pais o que lhe causa uma enorme aflição e ansiedade. Normalmente, as crianças não querem rejeitar um dos pai, mas perante a insistência tenta evitar a questão. Qualquer sugestão de mudança de residência deve ser feita pela criança e não pelo pai.

9. As crianças, por vezes, irritam- se com um pai. Isso é normal, principalmente se o pai disciplina, põe limites ao comportamento da criança ou tem de dizer “não”. Se por qualquer motivo, nada resulta para acabar com a raiva da criança, o progenitor pode e deve desconfiar de uma situação de alienação. Há que confiar na sua própria experiência como pai. As crianças perdoam e querem ser perdoadas se lhes for dado uma chance. Há que desconfiar quando a criança calmamente diz que não se lembra de qualquer momento feliz vivido com o pai, ou diz qualquer coisa que significa não gostar dele.

10. Estar atento e suspeitar quando um pai ou um padrasto põe a questão de alterar o nome da criança ou sugere uma adopção.

11.Desconfiar sempre que a criança não tem motivos para estar zangada com um pai ou sempre que as razões apresentadas são muito vagos, e sem detalhes.

12. Suspeitar sempre que um pai tem segredos, sinais especiais, marca um encontro privado ou diz palavras com significados especiais.

13. Estar atento a situações em que um pai usa uma criança para espiar ou secretamente, reunir informações para o uso do próprio pai.

14. O pai interfere na visita da criança.

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15. Ouvir da parte da criança que o outro progenitor fala mal do pai, e contar que ele se diverte com conversas desta natureza. A criança tenderá a deixar de comunicar e vai sentir-se culpada ou vive internamente um conflito por não ser capaz de avaliar a justeza e verdade do que é afirmado.

16. Pedir à criança que conte o que se passa na vida e em casa do outro pai o que produz, na criança um conflito e uma tensão consideráveis. As crianças que não são alienadas querem ser leais a ambos os pais.

17. Resgatar as crianças quando não há nenhuma ameaça à sua segurança. Esta prática reforça na criança a ilusão de ameaça ou perigo, e, desta forma, a alienação.

18. Fazer exigências sobre o outro progenitor contrárias às decisões judiciais.

19. Escutar as conversas telefónicas das crianças com o outro progenitor.

20. Fazer com que o outro progenitor falte às promessas assumidas com a criança, culpando-o sistematicamente e obrigando-a a arranjar desculpas inventadas.

As potencialidades que o envolvimento dos pais na escola têm para o desenvolvimento e desempenho académico dos filhos

 

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Envolvimento de pais: o que é?

O envolvimento dos pais é uma força crucial no desenvolvimento infantil, na aprendizagem e no sucesso na escola e na vida. A pesquisa iniciada há décadas na área de envolvimento familiar apoia o simples facto de que as crianças cujos pais se envolvem nas questões escolares dos seus filhos têm uma chance muito maior de, mais tarde serem adultos saudáveis, bem informados, responsáveis e socialmente adaptados.

O envolvimento dos pais na educação assume variadíssimas facetas e diferentes graus desde a simples pergunta à mesa, à hora do jantar: “Como foi hoje o dia na escola?” à verificação diária dos trabalhos de casa, a visitas regulares à biblioteca, museus, e a eventos culturais.

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No entanto, o conceito de envolvimento dos pais na vida académica dos filhos não é homogéneo e alguns factores devem ser tomados em consideração para a sua definição: as características da criança e o seu desenvolvimento, as crenças e as expectativas da família e da escola em relação ao ensino, os papéis que os diferentes pais, alunos e professores assumem, as perspectivas culturais e as exigências da vida bem como as condições e interesses das escolas para estabelecerem relações com as famílias. Todos estes factores contribuem para o que é conhecido como parcerias escola-família.

Tendo em conta que os pais desempenham um papel integral no conhecimento, apoio na aprendizagem da criança, o envolvimento dos pais refere-se à sua participação na comunicação regular e nos dois sentidos com a escola, envolvendo questões da aprendizagem escolar, actividades regulares que se desenvolvem na escola. Assim sendo, os pais são incentivados a participar activamente na educação de seus filhos na escola; são parceiros na sua educação e de acordo com as características e cultura da escola devem ser uma parte importante na tomada de decisões.

 Envolvimento dos pais e desempenho académico

Pais, professores e decisores políticos concordam que o envolvimento dos pais é um ingrediente essencial para a aprendizagem das crianças. A investigação nesta área não deixa dúvidas quanto aos benefícios da participação dos pais na vida da escola, designadamente no que respeita ao melhor desempenho e comportamento das crianças.

O envolvimento dos pais continua a ser um forte preditor do desempenho académico, mesmo para alunos adolescentes.

É importante desmascarar o mito popular que a influência dos pais sobre seus filhos diminui ou anula-se quando estes entram na adolescência. Muitas vezes, os pais e funcionários da escola interpretam mal o desejo dos adolescentes de conquistarem a autonomia como uma barreira ao envolvimento da família nos aspectos escolares dos seus filhos. No entanto, estudos têm indicado que estudantes do ensino secundário acreditam que podem fazer melhor na escola se as suas famílias estão estiverem interessadas no seu trabalho escolar e tiverem expectativas positivas q1uanto ao seu sucesso académico.

Existem efeitos duradouros de envolvimento dos pais na realização académica de adolescentes e jovens adultos. Especificamente, os pais que mantêm altas expectativas face aos seus filhos adolescentes, e lhes comunicam claramente as suas expectativas e os incentivam a trabalhar de forma sistemática, podem fazer a diferença no sucesso dos alunos.

Envolvimento dos pais, aprendizagem social e emocional e a prevenção de comportamentos de alto risco

Vários estudos reconhecem, que, por exemplo, as crianças (com comportamentos disruptivos) que participaram em programas durante a primeira infância, cujas famílias estavam activamente envolvidas, manifestam, mais tarde, sinais de um maior ajustamento social do que aquelas que não foram incluídas em programas desta natureza.

Sabemos todos que a aprendizagem social e emocional é um dos factores determinantes na aprendizagem escolar no desenvolvimento social e emocional, na saúde, bem-estar psicológico, na motivação para alcançar objectivos pré-definidos e na cidadania das crianças.

A aprendizagem social e emocional é o processo de compreensão de como reconhecer e gerir as suas próprias emoções, demonstrar afecto e preocupação com os outros, tomar decisões responsáveis, estabelecer relações positivas com adultos e colegas.

A aprendizagem social e emocional torna-se ainda mais importante se considerarmos os riscos, tais como o uso de drogas e os comportamentos de violência, que as escolas, as famílias e os alunos enfrentam na sociedade actual.

 

No dia em que a Maria José Vidigal fez 83 anos

No dia em que a Maria José Vidigal fez 83 anos:

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Olho para dentro de mim e recordo-te,

Na tua serenidade,

Na tua tolerância,

No teu amor pelos sofrem e que por um privilégio inexplicável chegavam ao teu colo, ao teu olhar e entrelaçavam nas tuas, as suas mãos,

Na tua capacidade de ajudar e trazer à vida aqueles que não conseguem converter o seu mundo interno em palavras e em comunicação,

Na tua sensibilidade que permite sentir os corações daqueles que não conseguiam expressar os seus sentimentos,

Na tua capacidade de amar as crianças e os seus progressos,

Na tua capacidade de devolver os sonhos àqueles que os tinham perdido,

Na tua capacidade para compreender os passos estranhos a caminhar e a descoordenação e retrocessos no aprender,

Na capacidade para permitir que as crianças se perdessem em ti, para mais tarde e contigo serem capazes de se encontrar.

Olho para dentro de mim e recordo-te,

Na serenidade que transmitias aos que contigo trabalhavam,

 

No teu sorriso e na tua palavra que nos levava a acreditar que era possível sermos úteis,

Na tua consciência social e na procura da dignificação do trabalho de quem ajuda e dá apoio,

Na revolta contra o sistema instituído que desprotege todos aqueles que, sem ajuda, morrem um pedaço de si todos os dias,

Na amizade, cumplicidade e valor que davas ao trabalho do Pedro, do nosso Pedro.

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Só posso dizer-te que me ensinaste que vale a pena ser, que há sempre uma resposta dentro de nós se estivermos pessoal e profissionalmente comprometidos com a mudança.

Ensinaste-me que o pensamento sem emoção e afecto de nada serve para transformar o sofrimento em vida e em tranquilidade.

Por tudo isto, um obrigado não chega, mas não consigo dizer-te mais. Aqui é a emoção que domina e frena o pensamento.

Contudo posso acrescentar que existem instantes que nos marcam, instantes que nos preenchem, instantes que nos acompanham na vida e para a vida e esses instantes aconteceram porque me cruzei contigo Maria José.

Gosto muito de ti.

Manuela Machado – Manucha