Testemunhos

Partilho aqui alguns testemunhos das pessoas que acompanhei.

“Em meados dos anos oitenta realizei o estágio curricular do 5º ano do curso de psicologia educacional do ISPA, na extinta Secção de Educação Terapêutica de A-da-Beja. A Dra. Manuela Machado foi a minha orientadora de estágio na instituição, e depressa, passou a ser simplesmente – a MANUCHA, uma profissional excelente que se transformou numa amiga para sempre. Que sorte o nosso encontro que me deu a preciosa oportunidade de aprender com ela durante tantos anos e partilhar momentos de intensa cumplicidade.

É-me extremamente difícil traduzir em palavras a minha dívida de gratidão para com a Manucha, e sinto que qualquer tentativa será um esboço que ficará muito aquém da realidade.

Analisando retrospetivamente o meu percurso, considero um imenso privilégio ter estagiado numa instituição modelo na altura no domínio da intervenção em educação e psicologia. Este estágio, fundamental na valorização do trabalho em equipa, realizou-me e enriqueceu-me profundamente. A orientação/apoio da Manucha moldaram e influenciaram decisivamente a minha vida pessoal e profissional, pelas palavras, pelos gestos, pela relação que construía com os estagiários. Orientou o estágio com muita exigência, mesclada continuamente com ternura, compreensão, sentido de humor, proximidade, entusiasmo e prazer no trabalho. Incentivou sempre a autonomia e responsabilidade, estimulando-me continuamente, ajudando-me a descobrir e desenvolver os meus recursos pessoais, permitindo-me simultaneamente tomar consciência dos limites. Dava um apoio incondicional quando via que o trabalho tinha qualidade, mas também, com cuidado, criticava e apontava os erros cometidos, imprecisões e falhas, sendo incansável nas inúmeras sugestões e correções que fazia. O facto de acreditar/apostar nos estagiários fez a diferença e sei que imprimiu uma marca forte em todos, criando uma teia de cumplicidades e afetos que persistiram no tempo.

O final formal do estágio não coincidiu de todo com afastamento e desvinculação, bem pelo contrário. Já lá vão quase trinta anos, e a relação, ao invés de esfriar e naturalmente ir-se dissipando, manteve-se forte: porque a Manucha “está sempre lá”, porque é de uma generosidade imensa, sempre disponível a apoiar, a partilhar ideias/materiais, a refletir . . .

É uma presença luminosa e terna na minha vida, que me ajuda a enfrentar as mudanças, e a vencer os medos e as angústias, os episódios de confusão e impotência que por vezes me invadem e consomem na minha vida profissional.

Como se torna mais fácil viver sabendo que ela está sempre na retaguarda, sempre presente, no riso, no choro, nos “acertos e desacertos” desta vida!”

Maria Inês Vidigal Monteiro

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“A supervisão em contextos educativos com a Dra. Manuela Machado, rapidamente se tornou um complemento essencial para o desempenho da psicologia. Permite ainda hoje, um crescimento quer profissional como pessoal. A partilha de ideias e diferentes formações e opiniões enriquecem em cada sessão o meu conhecimento profissional. A consequência é uma crescente segurança e confiança nas competências pessoais para um bom desempenho das práticas psicológicas no contexto educativo. Este nem sempre é o caminho mais fácil, mas é aquele que nos ensina a colocar o interesses e bem-estar dos alunos em primeiro lugar. O conhecimento, experiência, humildade e partilha da Dra. Manuela Machado são uma constante em cada sessão, torna-se uma amiga que ouve, sugere e aconselha preocupada com as diferentes personalidades e consequências que possam surgir. Nunca seria a Psicóloga que sou hoje sem a supervisão.”

Ulrica Oom Marques

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“Manucha

Existem efectivamente pessoas que têm o dom de mudar a vida dos outros. A Manucha  é uma delas. Quando no final do 5ºano de Psicologia de Educacional em 1985, o estágio se decidiu pelo método de sorteio, não imaginei a sorte que me esperava, ainda mais porque até aí nunca acreditei na sorte do jogo.

Percorrer o caminho emblemático de A-da-Beja e entrar no Centro Médico Pedagógico do Centro Regional de Segurança Social, era o desejo de qualquer estagiário na altura. Sabia-se da qualidade do espaço de aprendizagem, reflexão e discussão sobre questões da pedagogia e psicologia educacional.

Encontrar a presença inspiradora, profissional e sempre disponível da Manucha para partilhar com os mais novos o seu saber, foi para mim e continua a ser, o corredor de segurança e confiança que me permite a grande aventura de ousar ajudar pessoas.”

Célia Alverca

Mestre em Psicologia Educacional, Técnica de SPO, Diretora de escola para pais

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“Iniciei a supervisão no meu primeiro ano de trabalho, após estágio curricular e estágio profissional.
Quando terminei a licenciatura, não tinha dúvidas da utilidade dos psicólogos numa escola mas tinha dúvidas e inquietações sobre o seu papel. Interrogava-me se a função única, ou principal, de um psicólogo educacional seria trabalhar as dificuldades escolares e de aprendizagem das crianças, bem como então qual seria a diferença entre tal e um professor de apoio. Desconhecia grande parte dos testes e instrumentos de avaliação normalmente utilizados e, acima de tudo, não sabia o que fazer perante uma criança ou adolescente com um problema emocional.
Na supervisão, e para além de um grupo de apoio extremamente solidário e empático, encontrei respostas para quase todas estas perguntas. Passei a ter acesso a materiais de avaliação diversificados e a ter colegas com quem partilhar e comparar experiências. Em conjunto, fomos construindo muitas coisas e eliminando dúvidas e dificuldades que muitas vezes eram de todos, tornando-nos todos melhores psicólogos neste processo.
No entanto, a minha grande conquista na supervisão foi a descoberta dos meios e das formas de chegar às emoções e aos pensamentos das crianças e dos adolescentes e de como agir no sentido de lhes prestar um verdadeiro apoio emocional. Estas aquisições mudaram a minha forma de atuar enquanto psicóloga e de ver a prática de um psicólogo, fazendo hoje em dia parte de mim e de tudo aquilo que eu faço profissionalmente.
Por isso, e ao fim de dez anos, estar na supervisão continua a ser importante e a fazer sentido.”
Sandra Farropas

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“Comecei a trabalhar em 2009 numa escola ao abrigo do projeto TEIP. Na altura, senti-me sozinha numa escola, onde muitas barreiras eram necessárias de quebrar, onde não eramos bem vistos pela comunidade educativa, onde tudo era motivo para nos questionar… não foi fácil! Nessa altura alguns colegas já faziam supervisão com a Profª Manuela Machado e adoravam, mas nesse ano já não havia nenhuma vaga… foi um ano recompensador, mas doloroso, pois não tinha com quem partilhar nada, apesar de algumas professoras do ISPA me terem ajudado em situações em que senti maior dificuldade, sentia a falta de um grupo coeso, de colegas, de saber de outras experiências.

Felizmente no ano seguinte as coisas mudaram… criou-se um novo grupo de supervisão e a Profª Manuela contactou-me pessoalmente para me informar. Desde então tenho adorado! É uma pessoa que nos transmite uma segurança inabalável…que nos reconforta nos momentos em que não vemos soluções! A partilha, a necessidade de questionar e de nos fazer pensar é o que nos tem feito crescer…é o sentido crítico cada vez mais desenvolvido! Tem sido uma experiência muito enriquecedora!

A prática aliada à teoria faz-nos encontrar caminhos, estratégias, modos de atuar que sozinhos dificilmente pensaríamos…mas com aquele grupo e com aquela orientação da Profª Manuela somos sem dúvida profissionais melhores e que dedicamos à nossa prática toda a qualidade que ela merece.”

Ana Sofia Cardoso

C.P nº 11632

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“Os Psicólogos Educacionais ou outros que exercem funções em contextos educativos são confrontados diariamente com situações complexas, desafiantes e dilemáticas. Com a Professora Manuela Machado aprendi estratégias e desenvolvi ferramentas metodológicas para lidar com essas situações e conseguir ultrapassá-las.

Parece simples. Mas de facto não o é.

A Professora Manuela consegue fazê-lo porque mobiliza conhecimentos teóricos e uma vasta experiência prática no processo de ensino-aprendizagem e de orientação dos seus alunos e dos seus supervisandos (eu tive o privilégio de ser ambos). E nesse processo dá-se ao outro enquanto pessoa e enquanto cidadã em toda a sua plenitude e dignidade. Deixa-nos na verdade numa espécie de encruzilhada, pois através da sua atitude integradora e integrante, vemo-nos forçados a ter que optar entre sermos “funcionários da psicologia” ou verdadeiros Psicólogos.

Eu, assertiva e perentoriamente, optei pela segunda e no meu dia-a-dia profissional apenas tento, humildemente, pôr em prática as lições que tenho aprendido com as grandes pessoas com quem me tenho cruzado ao longo do meu processo de desenvolvimento profissional.

A Professora Manuela Machado é uma dessas pessoas. Grandes.

Com amizade,”

Rui Lopes

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“Um testemunho sobre a Manuela Machado? Parece fácil, tão fácil que engana. Porque falar da Manucha após 40 e muitos anos de amizade, é falar de mim. Uma meada muito emaranhada de recordações. O nosso primeiro contacto foi de trabalho. Novinhas e inexperientes, vindas de formações diferentes, eu da filosofia, com apenas uma pequena experiência em psicologia, e ela já com formação em psicologia, novidade para a época.

Partilhávamos tudo, na altura. A mesma grande sala onde trabalhávamos em comum com mais psicólogos até ao momento em que decidimos ambas fazer uma ‘ocupação selvagem’ de um gabinete minúsculo onde mal cabíamos as duas mas nos dava sossego. Foi essa partilha de gabinete que nos tornou tão amigas, ou decidimos partilhá-lo por já o sermos? De qualquer modo foi o ponto de partida para este fortíssimo laço que nos une há dezenas de anos.

Se gostávamos muito de psicologia, era ainda mais fascinante trabalhar com crianças. Compreender, com os instrumentos que estávamos a aprender a utilizar, o que se passava com aqueles meninos que nos chegavam de todo o país. Casos gravíssimos que nos davam pesadelos à noite… e discutíamos na manhã seguinte, ou entre as duas ou com a equipe. Equipe pluridisciplinar, novidade na altura, coordenada por um director de um enorme saber que nos ensinou tudo mas também de uma enorme exigência, incapaz de um elogio e sempre com uma crítica impiedosa. Relação difícil com ele, salva pelo seu magnífico humor. E eu e a Manucha lá íamos, aprendendo muito. E a aumentar a camaradagem. E a crescer a amizade.

Os anos foram passando, nós sempre juntas no trabalho e na vida. Feitios bem diferentes, eu mais reservada, mais indecisa, ela muito espontânea e impulsiva, coração ao pé da boca, não era de ‘levar desaforo para casa’ como se diz. E essa impulsividade fazia a sua popularidade – assim como se zangava fazia depressa as pazes. Não se podia ser indiferente na relação com ela! Olhando agora para trás vejo que manteve os contactos com todos os que com ela trabalharam, porque é assim mesmo o seu feitio. Envolve-se, apaixona-se, vive tudo com intensidade. Tudo.

E essa intensidade aplica-o ao trabalho. Dedica-se-lhe apaixonadamente. A tal máxima de “se merece ser feito, merece ser bem feito” aplica-se-lhe na perfeição. Ela interessa-se, investiga, estuda, produz. E partilha o que aprendeu.

Do mesmo ponto de partida, a tal salinha minúscula e um director exigente, a certa altura os caminhos divergiram. O meu não interessa aqui, quanto à Manuela Machado dedicou-se como se adivinha apaixonadamente, como tudo o que faz , à Educação, à Psicologia Educacional. Primeiro praticou-a. Habituei-me a pedir-lhe ajuda e conselho quando tropeço com uma situação mais delicada para que não encontro resposta. Em seguida ensinou-a. Como parte de uma partilha mais ampla, o ensino tem feito parte da sua vida desde há muitos anos.

Pois é. Não é só o vinho do Porto que ganha qualidade com o tempo, os nossos conhecimentos e a nossa experiência são uma enorme mais valia que beneficia todos os que connosco convivem, desperdiçá-los é um erro grave.

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Falar de uma amiga é difícil. Porque não é fácil ser objectivo, os afectos baralham muito e muitas vezes diz-se de menos por receio de dizer demais. Só posso repetir que gosto muito dela. Razões?! Só me vem à cabeça uns versos românticos de um soneto que ouvi na minha infância: “Gosta-se, porquê? Porque se gosta. / É talvez essa a única resposta / Que o coração bem sabe mas não diz.”

Leonor Baeta Neves

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“Nesse tempo, éramos mais novos, mais fortes e flexíveis. Tomávamos, então, para nós, a tarefa de recolher os toros que o mar depositava aos pés das dunas. Breves questões se nos colocavam: donde terá vindo este? De que árvore faria parte? Em que ilhas desconhecidas se erguerá a casa cujo batente de porta temos na mão? Mas, não nos detínhamos muito na procura de respostas, pois o que nos interessava verdadeiramente era o que faríamos com eles na chegada da noite. Então, haveríamos de os juntar numa cova expressamente “construída” para o efeito, os mais habilidosos lançariam os fósforos e outras acendalhas e daí a pouco, as labaredas já altas e reconfortantes e nós, sentados, à volta, conversando, as ondas em fundo, a maresia a envolver-nos. Viagens, aventuras vividas ou ouvidas, adivinhas, tudo o que nos ocorria. Era sempre, ou quase sempre assim. Certa vez, o reportório esgotado, entrámos pelas cantigas, melhor dizendo, pelo fado. E foi nessa noite que conheci a Manucha. E ainda os primeiros acordes não eram dados e já as duas cantávamos afinadas, como se desde há décadas tivéssemos formado um dueto numa banda. De tal modo afinávamos, que os outros se calaram e nós ali, pelo Chiado, carregado de mil tranças, ou de mão dada com a Maria da Cruz, na pequena capelinha, ou naquele salão real de ambiente nobre e sério, ou… sei lá, e olarilolela.

Apagaram-se as chamas, recolhi a casa e disse para mim própria: Ela é uma boa cantadeira de fado.

Passaram-se algumas semanas. A Marta B. e eu formámos um grupo de teatro e intervenção domiciliária, a que demos o sugestivo nome de “os amigos de Pisco. Tratava-se dum projeto considerado um tanto excêntrico, na altura e imaginem quem foram as primeiras pessoas a abrir-nos as portas da casa para a nossa atuação? O querido Pedro (que saudade!) e a Manucha.

Receberam-nos com carinho, muitas palmas e gargalhadas, imensos estímulos. À saída, disse a Marta: A Manucha é uma boa espectadora!

E uma boa hospitaleira — completei eu. (peço desculpa pela expressão, mas quis manter o adjetivo).

O tempo continuou a girar. Vieram (foram vindo) os setembros, os outubros, as escolas, as turmas. E se algum menino era mais problemático, eu corria a telefonar à Manucha. No final da conversa, quando pousava o auscultador, eu dizia sempre para mim própria: Ela é uma boa psicóloga.

Mas não só os meninos tinham problemas, também eu (sempre de amores desencontrados) não escapava, por vezes. Voltava a telefonar-lhe e quando desligava, dizia para mim própria: Ela é uma boa ouvinte e uma boa amiga.

Mais tarde, aceitei o seu convite para trabalhar num projecto da Divisão de Educação que dirigia. Quando o mesmo terminou, arrumando os papéis, eu disse para mim própria: Ela é uma boa chefe de divisão.

Ainda um pouco mais tarde, visitei a casa que ela (re) construiu com toda a força. Sentei-me a olhar a harmonia das tonalidades e das formas e, já de regresso, disse para mim própria: Ela é uma boa decoradora de interiores.

Chega-me agora aos ouvidos que vai ser autora dum blogue.

Com um background destes, não posso deixar de dizer para mim própria: Vai ser uma boa blogger. Olarilolela!”

Manuela Castro Neves

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“A experiência de estudar sob as orientações da Professora Manuela Machado foi – e continuar a ser – um dos pontos mais altos e significativos de todo o meu curso de Psicologia Educacional. Inigualável, é uma professora que se envolve, preocupa-se, escuta, valoriza cada um dos seus alunos, incentiva a transposição de barreiras, a busca pelo conhecimento e pelo desenvolvimento. Única e eficaz na maneira como promove a motivação e o envolvimento, a professora Manuela ensina tendo como base uma relação genuína e recíproca de amizade. Tudo isto somado à sua vasta experiência, que tem o prazer de partilhar, fez com que eu começasse a encarar os desafios da Psicologia de forma prática, realista e “trabalhável”, além de me ter dado todo o apoio possível para seguir as minhas escolhas profissionais com segurança e confiança.”

22 de Setembro de 2013

Cristiana Levinthal (Aluna do último ano do Mestrado Integrado de Psicologia 2013/2014)

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“Conheci a Professora Manuela Machado há cerca de 3 anos, altura em que decidi fazer supervisão. Já era psicóloga há 8 anos, tinha feito supervisão anos antes com outras (de quem gostei bastante), mas tinha passado um período longo sem supervisão. Quando soube que o ISPA tinha este tipo de apoio, decidi experimentar.

Penso que, nos últimos 3 anos, cresci bastante em termos profissionais. A supervisão tem sido uma mais-valia para poder exercer um trabalho de qualidade na área da psicologia. A oportunidade de discutir casos com uma pessoa com tão vasta experiência tem sido muito enriquecedor. Sinto-me hoje mais segura quando exerço o meu trabalho, sabendo que tenho sempre um porto de abrigo e um local onde posso recorrer quando preciso de ajuda. A disponibilidade total, não só durante as sessões, mas também por email ou telefone é algo que não tem preço, principalmente quando trabalhamos em contextos difíceis e que desafiam continuamente a nossa estabilidade emocional.

A professora Manuela sabe, como ninguém, transmitir aos alunos a paixão pela psicologia e pelo trabalho com jovens em contexto escolar, não se limita a explicar a teorias ou a discutir os casos. Não é uma professora que apenas estudou artigos para poder ensinar. É uma pessoa com um profundo conhecimento teórico, mas que sempre fez questão de trabalhar no terreno, consegue ainda preocupar-se com todos os seus alunos individualmente, com os nossos problemas pessoais, e isso vai muito mais para além da simples relação professor-aluno. As sessões de supervisão têm momentos onde podemos refletir sobre a nossa intervenção e onde há sempre uma palavra de apoio, sempre dita no momento certo e com um sentido de humor inteligente.”

Setembro de 2013

Sónia Pereira

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“Venho por este meio tentar caraterizar a minha relação pessoal e académica com a Professora Manuela Machado. Desenvolver este tópico é para mim um imenso prazer que nunca poderá ser alcançado na sua plenitude apenas com palavras.

Esta grande senhora muniu-me das lentes adequadas para olhar à minha volta, de forma a perceber como olhar e para onde olhar através de uma análise cuidada de casos práticos, seguida de debate e reflexão em grupo. Sempre senti que me era permitido expressar as minhas opiniões, ainda que distintas das suas, sem serem alvo de chacota ou postas de parte por não terem razão de ser, pois sempre foram analisadas e complementadas com sugestões.

A Professora Manuela preocupa-se com cada um dos seus alunos na sua individualidade, motivando-os a limar os seus pontos fortes e trabalhar nos mais débeis, dotada de grande sinceridade para tal. A sua forma de trabalhar sempre promoveu a confiança nos alunos para ultrapassar novos desafios, bem como a motivação para tal.

Sempre soubemos que poderíamos contar com a Professora como fonte de suporte em situações mais delicadas e que as suas práticas reforçariam as ferramentas que já detínhamos para caminharmos com um pouco mais de segurança no mundo da Psicologia Educacional.”

Setembro de 2013

Ana Ribeiro (aluna do último ano do Mestrado Integrado de Psicologia do ISPA no ano lectivo de 2013/2014)

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“Pediram-me que pudesse escrever, em três ou quatro linhas, aquilo que foi a minha experiência junto da Professora Manuela Machado. Quem o pede, seja por desconhecimento ou qualquer outro motivo, certamente não terá noção da tarefa. Porque falar de Manuela Machado é falar de uma experiência que jamais se poderá resumir em palavras. Porque uma parte fundamental dessa experiência esteve e está intrinsecamente ligada aquilo que não se vê, tornando-se imensamente mais difícil de traduzir e, ainda mais, de resumir.
A possibilidade de aprender e crescer com Manuela Machado começa no exato momento em que nos cruzamos consigo. Na maioria das vezes encontramo-la rodeada de pessoas. Amigos, colegas, mas essencialmente alunos, do presente ou do passado. Quase todos têm no olhar o mesmo brilho, o mesmo encanto. O brilho e o encanto de estar, de partilhar, de dar e receber um momento, todos os que puderem, com “A Professora”. Nem sempre se percebe o porquê de tanto afeto para com alguém que, ao olharmos pela primeira vez, se apresenta com uma expressão neutra, analítica, quase severa. Até que os seus olhos se cruzam com os nossos. Aos poucos, a expressão neutra é trocada por um rosto que nos dá as boas-vindas, a expressão analítica, substitui-se por um olhar que nos quer conhecer e a severidade dá lugar a um aconchegante sentimento de pertença.
Quando fala connosco, olha-nos nos olhos e vemos um mundo de conhecimento; ouve-nos, libertando-nos, aos poucos, do medo da ignorância; faz-nos ouvir… e sentimos o reconforto da sua sabedoria. Leva-nos a pensar, a criticar, a construir e reconstruir as vezes que forem necessárias à intervenção de qualidade que se espera – que impera! – em nome da Psicologia e dos Psicólogos. Sem nunca nos dar atalhos ou desvios, exige trabalho e dedicação. Exige resultados.
Contudo, jamais se permitirá a deixar-nos sós. Jamais deixará que a nossa experiência ou falta dela possam ser deixados à mercê de qualquer situação. Com ela, nunca estamos sozinhos. Estamos juntos!
E se um dia cometessem a loucura e o desproposito de me pedir para descrever Manuela Machado numa só palavra, apesar de tudo o que a Psicologia lhe deve, ocorre-me apenas, Dignidade. Manuela Machado é um dos seres mais dignos que conheci. Que tenho o prazer de conhecer.
Um imenso abraço,”
Ivo Serra, Psicólogo Educacional

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