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A importância do Jogo e do brincar

 

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A actividade de brincar é uma tarefa levada a sério pelas crianças seja qual for a sua idade e felizmente que o é já que a brincar as crianças crescem e aprendem, experimentam e praticam futuras competências, estimulam os seus sentidos, aprendem a usar os músculos, a coordenar a visão com a acção e ganham domínio sobre os seus corpos. Descobrem coisas acerca do mundo e acerca delas próprias. Adquirem novas competências. Desenvolvem a linguagem, experimentam diferentes papéis e, ao reconstruírem as situações da vida real, lidam com emoções complexas e vão aprendendo os diferentes papeis que os adultos desempenham.

O jogo é uma actividade séria e importante, um factor de construção, desenvolvimento e realização. O jogo permite que a criança represente a realidade, comunique, desenvolva o seu imaginário, e a criatividade e aprenda a partilhar e a interagir com os outros. Ao relacionarem-se com amigos, descobrem o valor da negociação, do compromisso, do autocontrole e treinam as suas habilidades para resolver conflitos.

Piaget, Vigotsky, Bruner, entre outros, afirmaram que o jogo é fundamental para o desenvolvimento físico, cognitivo, linguístico, emocional, afectivo e social. O brincar requer envolvimento emocional, contacto social, acções físicas, além de relações cognitivas na expressão e apreensão das regras da brincadeira.

É através do jogo que a criança aprende a distinguir os objectos das acções, as pessoas daquilo que elas produzem. É ainda uma forma de resolver problemas e de aprender que há diversas maneiras de chegar a soluções idênticas. Ao brincar as crianças abrem caminhos para novas aprendizagens e moldam a futura personalidade do adulto, ou seja, adquirem a capacidade de improvisar, de pensar fora do convencional e de inventar novas soluções.

Ao desenvolver mais e melhores competências, a criança adquire autoconfiança, perseverança e motivação.

O jogo promove o desenvolvimento cognitivo em muitos aspectos, tais como, descoberta, capacidade verbal, produção divergente, habilidades manipulativas, resolução de problemas, processos mentais, capacidade de processar informação (Rubin, Fein & Vandenberg, 1983, cit. por Neto, 2001). O empenhamento no jogo e os níveis de complexidade envolvidos alteram e provocam mudanças na complexidade das operações mentais (Levy, 1984, cit. por Neto, 2001).

A criança aprende a estruturar a linguagem através do jogo, isto é, brinca com verbalizações e, ao fazê-lo, generaliza e adquire novas formas linguísticas (Garvey, 1977, cit. por Neto, 2001).

Ao jogar, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende, negoceia e, sobretudo, estimula a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia. Aprende a conviver em grupo e a lidar com frustrações quando não é vencedora, apura a concentração e a atenção sobre tudo o que se está a passar à sua volta. Brincar é assim, indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança.

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O jogo também está associado à autonomia, pois deixar a criança fazer, é meio caminho andado para que ela perceba que não depende do adulto para tudo.

Durante as brincadeiras, a criança testa os seus conhecimentos de linguagem, e capacidade de resolução de problemas, sejam eles ao nível de expressão oral, matemática ou o entendimento de conceitos que dizem respeito ao conhecimento do mundo. O jogo é, por excelência, integrador, tem sempre um carácter de novidade, o que é fundamental para despertar o interesse da criança, e à medida que vai jogando, a criança vai-se conhecendo melhor, construindo interiormente o seu mundo. Esta actividade é um dos meios mais propícios à construção do conhecimento.

Segundo Vygotsky, nos jogos da criança são observáveis processos de criação, porque no jogo a criança representa e produz muito mais do que aquilo que viu.