I.Comportamentos de Indisciplina na escola e em casa
Atitudes e comportamentos característicos
A criança/jovem:
1.Aborda companheiros e outras pessoas para as atacar;
2.É, habitualmente, impulsivo e temperamental;
3.Pode, ou não, apresentar bom desempenho académico;
4.Se é um bom aluno, pode ser muito ambicioso em relação às notas e às realizações pessoais;
5.Se é um aluno fraco, tenta intimidar os professores com o objectivo de conseguir notas mais elevadas;
6.Muitas vezes tem menos sucesso junto dos colegas do que seria de esperar de alguém que se torna tão evidente e ameaçador;
7.Quando confrontado sobre o seu comportamento, geralmente alega que os outros é que não lhe dão razão e não procedem com justiça;
8.Usa a frase “se eu não cuidar de mim, ninguém o fará” para explicar o seu comportamento agressivo.
9.Sabe o que quer, só não sabe como obtê-lo de forma socialmente aceitável;
2.Pode ser anti-classe, anti-escola e anti-professor.
1. Alinha com outros para cometer actos agressivos;
2. Tenta chamar outros para ir junto com eles praticar actos de agressão.
3. Expressa-se facilmente através do abuso verbal ou físico.
4. Procura a atenção e o reconhecimento de forma violenta.
5. É muitas vezes desafiador.
6. Tem conflitos constantes com companheiros de quem não gosta. São, habitualmente colegas com melhores desempenhos escolares e sociais;
7. Falta muito às aulas;
8. Não respeita normas;
9. Muitas vezes aparece triste mesmo quando, aparentemente, as coisas correm a seu favor;
10. Aventura-se, facilmente, mesmo em situações para as quais não possui habilidades, saberes e experiência.
II Consequências
Como é que o comportamento afecta os professores, colegas e pais em contextos de aprendizagem e familiares
1. O clima de sala de aula está em constante perturbação e é palco de permanentes conflitos;
2. O professor irrita-se;
3. O processo de aprendizagem é perturbado;
4. Muitos alunos são ameaçados;
5. O agressor tenta usar o poder para controlar os colegas;
6. A atenção do professor é frequentemente alterada e desfocada do centro do processo de ensino-aprendizagem;
7. O professor pode perder o controlo e agir de forma pouco profissional;
8. As simpatias dos colegas dividem-se;
9. O medo é constantemente sentido e vivido no espaço da sala de aula.
II. ACÇÕES A CONCRETIZAR
1. Identificar causas do mau comportamento;
2. Identificar o aluno mal-comportado;
3. Empregar métodos específicos, procedimentos e técnicas na escola e em casa para para modificar ou alterar o comportamento indesejado;
Principais causas do mau comportamento
Causas de natureza primária:
· Vingança: Um aluno pode sentir prazer na rejeição dos outros; o fracasso pode torná-lo vingativo e violento;
· Autoconfiança: Os estudantes indisciplinados têm, habitualmente, uma baixa auto-estima que mascaram com comportamentos agressivos. Se os adultos/educadores estiverem disponíveis para dialogar e apoiar o aluno indisciplinado, facilmente percepcionarão esta característica;
· Fome: Pode ser uma criança abusada, que não come regularmente.
· Sexualidade: A criança pode experimentar relacionamentos pobres ou alterados com os pais, colegas e com outras pessoas. Esses relacionamentos podem causar uma incapacidade para avaliar a adequação do comportamento a assumir nas diferentes situações sociais;
· Escapar da dor: uma das formas mais eficazes para esconder a dor é ser agressivo. Este tipo de comportamento faz com que outras pessoas se afastem da pessoa agressiva para evitá-las.
Necessidades secundárias
· Gregarismo: A criança agressiva precisa de estar integrada e pertencer a um grupo. Alia-se, muitas vezes, a companheiros “fracos” e vulneráveis;
· Poder: há alunos que não sabem afirmar-se e ganhar de forma aceitável. A agressão é uma maneira de mostrar aos outros a capacidade de afirmação do agressor; o aluno agressivo tem um conflito com o sincronismo; o seu sentido de oportunidade é prejudicado pela necessidade de aproveitar ao máximo o tempo, para obter o que quer. Para estes indivíduos a agressão é a maneira de conseguirem o que querem;
III.ATITUDES E COMPORTAMENTOS A ASSUMIR
1. Lembrar-se que uma reação agressiva é diferente de uma resposta hostil. O aluno agressivo muitas vezes faz, ou corre o risco de fazer duas coisas: agir contra todas as outras ideias e mudar de lealdades e de amigos. A sua postura é: “se fores contra os meus desejos, vais contra mim.”
2. Compreender que é normal, que alunos com comportamentos disruptivos tentem perceber até onde podem ir e desafiar o professor; no entanto, não é vulgar que as crianças encontrem professores que não ponham limites e não exerçam a sua autoridade e eles sabem-no bem;
3. Estabelecer e manter a comunicação com estes alunos. As conversas privadas são uma necessidade absoluta. O professor deve desenvolver um verdadeiro relacionamento, o que significa que terá necessidade de um envolvimento e não apenas de fazer uma conversa sobre “a moral e os bons costumes”;
4. Não entrar numa luta de poder. O professor tem, à partida, o poder que lhe confere o seu próprio estatuto;
5. Promover no aluno a reflexão sobre as razões que o levam a ultrapassar e desrespeitar a individualidade e os direitos dos outros;
6. Pedir-lhe sempre para ele falar de si próprio e como estão a proceder-se os seus comportamentos; deve-se continuar nesta linha até que o aluno traga para a conversa descrições mais positivas;
7. É importante pedir ajuda a este tipo de alunos, como é importante criar-lhes oportunidades de sucesso;
8. Evitar a generalização dos comportamentos agressivos (“és sempre agressivo”, “nunca consegues responder amavelmente”. Explique que a maioria das pessoas têm tendência a anotar os comportamentos agressivos e a ignorar os que o não são;
9. Tentar descobrir o sofrimento que no interior do aluno, provoca a agressividade;
10. Identificar, em conjunto com o aluno, as circunstâncias em que o comportamento agressivo é recorrente;
11. Sempre que puder, prometa ao aluno ajudá-lo a orientar as suas energias e vontade para melhorar o comportamento;
12. Mostrar sempre que se preocupa com o aluno;
13. Não ser demasiado exigente, lembrar-se que ele (aluno) tem que ter oportunidades de sucesso. O fracasso torná-lo-á, ainda mais agressivo;
14. Se considerar necessário retirar o aluno da sala de aula; tentar isolá-lo, primeiro, no interior da classe;
15. Reforce qualquer comportamento positivo e as transformações que ocorrem, por mais insignificantes que sejam. Expresse as alterações percepcionadas ao aluno e explique-lhe as vantagens alcançadas com as suas mudanças.
16. Procurar a ajuda dos psicólogos, eles têm formação específica para compreender e alterar problemas no plano da interacção social;
17. Entrar em contato com os pais e conversar com eles sobre o que se está a passar; ter cuidado ao falar do comportamento específico; questionar os pais sobre o comportamento do filho em casa; mostrar-se disponível, porque muitos pais precisam de falar e de serem ajudados a assumir as melhores condutas educativas.
18. Propor e desenvolver um trabalho de cooperação ente a escola e a família.
IV. REAÇÕES A EVITAR
Erros comuns na gestão dos comportamentos indesejados que podem perpetuar e intensificar os problemas diagnosticados
1. Bater; reagir agressivamente;
2. Deixar que o comportamento se repita e perpetue;
3. Dar demasiada ênfase ao comportamento negativo; quando isso acontece estamos a reforçar o comportamento indesejado, chamando a atenção sobre ele;
4. Colocar-se numa situação profissional frágil, fazendo ameaças sem consequências, utilizando a punição, mostrando antipatia de maneira direta, evitando o olhar e a comunicação com o aluno.
Manuela Machado
Muito bem organizado este post, mas tem tanta, tanta informação que vou de ter de voltar cá a comentá-lo… 🙂
memo merda fds
fodaseeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
O meu interesse é verdadeiro ; sou avô de um jovem de 15 anos de quem a mãe nada consegue fazer e me pediu ajuda ( ela é mãe separada e eu pai dela ) gostava de ser informado o que posso fazer para salvar este neto de quem gosto muito ,
Muito top esse post,me ajudou muito.
Bom dia,
Eu sou pedagoga, entretanto posso entender bem o caso do senhor, além disso, também tenho uma filha de 9 anos e sou separada do seu pai, o que eu posso dizer sobre esse assunto e esse fato que ocorre é que, de início tudo parece ser muito complicado, além do que possa parecer, porém quero deixar claro que também não é tão simples assim, eu gostaria de frisar que o ponto principal da questão, o X dessa questão está em não ceder a todos os caprichos do indivíduo, porém não se deve fazer pouco caso do que ele relata, dedicar atenção é o mais importante, procure manter como base de foco, atividades que proporcionem desafios constantes e o principal que seja em benefício dele, algo em que as pessoas percebam, reconhecem o seu trabalho e o dignifiquem por suas atitudes, lembrando que trabalhar a base de troca não funciona por muito tempo, no início pode até dar certo, porém o adolescente é muito esperto e vai usar essa tática em seu próprio benefício, motivação é o ponto chave para a questão, boa sorte.
Se o senhor precisar de mais alguma orientação pode contar comigo. Se eu puder ajudar, assim o farei.