Author Archives: Manuela Machado

Os nossos votos para o Novo Ano

2015

»   Que os pais, professores, educadores e cuidadores respeitem as crianças, as suas opiniões,interesses e necessidades.

»   Que todos os adultos entendam que educar é, em primeiro lugar, aprender com os outros e, neste caso, com as crianças.

»   Que os adultos compreendam que não é possível crescer sem errar e que errando as crianças aprendem.

»   Que os adultos compreendam que as birras das crianças, enquanto pequenas, traduzem o desejo de se tornarem independentes e de realizarem algo por si próprias.

»   Que os adultos aceitem e acreditem que para educar tem que se assumir primeiro uma posição de ignorância. Quem pensa que tudo sabe, não é capaz de ouvir e de estar atento ao outro.

»   Que os adultos sejam capazes de ajudar as suas crianças a expressar as suas emoções e sentimentos. Só aprendendo a “escutar as suas emoções” as crianças aprenderão a compreender as emoções dos outros.

»   Os pais devem entender que quando as crianças são criadas sem que haja a imposição de certos limites, elas podem não estar prontas para enfrentar momentos adversos da vida como, por exemplo, as frustrações. Quando a criança não aprende a  que a vida lhe impõe limites e que não pode ter tudo quando quer e à hora que quer vai tornar-ce, certamenmte num adolescente rebelde que não sabe dizer “não” que não resiste a imposições dos outros mesmo que elas não sejam para seu bem. Em adultos, serão pessoas imaturas, com problemas de adaptação social e sem preparação para uma vida autónoma.

»   Que os pais que trabalham para dar o “mundo” aos filhos, lhes contem, com frequência a sua própria história, como foi a sua infância, as suas brincadeiras enquanto crianças, a sua escola, numa palavra, a sua vida. Lembrem-se que uma das causa do individualismo atual nos jovens assenta no facto dos pais não cruzarem a sua história de vida com a dos seus filhos.

»   Que os pais evitem que os seus filhos estejam horas sem fim nos computadores e na televisão.Quanto mais tempo dispendido com as novas tecnologias, mais passividade e menos liberdade.

»   Que os pais tenham a certeza de que a primeira relação de amor com os filhos é de tal forma poderosa que vai marcar para sempre as suas vidas.

Tenham um Bom Ano!

 

 

 

Famílias disfuncionais

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O conceito de família disfuncional baseia-se numa abordagem psicoterapêutica de diagnóstico e tratamento, onde os sintomas do indivíduo são vistos no contexto das relações com os outros indivíduos e grupos, e não como problemas individuais. Não há nenhuma definição estrita de “família disfuncional”, e especialmente no uso popular, o termo tende a ser um aplicado de forma muito genérica e inclui diferentes distúrbios relacionais que ocorrem dentro do sistema familiar e nos seus subsistemas (pais, filhos).

O conceito de família disfuncional é, habitualmente, atribuído a famílias  onde as relações entre os seus membros não são equilibradas e estáveis e onde os padrões de comunicação alterados conduzem a problemas crónicos no seio da família.

Algumas das características dos sistemas familiares disfuncionais:

• Incapacidade de assumir a responsabilidade pelas acções e comportamentos pessoais;  desvalorização dos sentimentos dos outros membros da família.

•Limites entre membros da família demasiado rígidos ou praticamente inexistentes. Por exemplo, um pai que depende excessivamente da criança e procura nela apoio emocional ou que não promove o desenvolvimento da autonomia nos filhos, chamando a si a resolução de todos os problemas e não permitindo que os filhos tomem decisões.

•Limites rígidos ou demasiado frágeis entre a família (considerada como um todo) e o mundo exterior.

• Tendência para os membros da família utilizarem, de forma inconsciente, um conjunto de termos , como por exemplo protetor, herói , bode expiatório, santo, que tem como resultado limitar ou reduzir a expressão dos sentimentos, a experiência e auto-afirmação das características pessoais.

•Tendência para designar um dos elementos da família como tendo problemas do foro psicológico, que pode ou não estar em tratamento, mas cujos sintomas são um sinal do conflito familiar interno. Muitas vezes o elemento identificado como “perturbado” tem a função de disfarçar e anular os verdadeiros problemas Excessiva discussão

•Padrões comunicacionais de grande conflitualidade. Algumas famílias afirmam sempre que há uma diferença de opinião ou crenças. No entanto, os argumentos emocionais raramente resolvem estas diferenças ou influenciam alguém a mudar as suas crenças. Uma pessoa que se sente fortemente atacada nas suas crenças, tenderá a defendê-las com igual veemência, aumentando as emoções negativas em ambas as partes. Em famílias saudáveis há uma maior tolerância relativamente a pontos de vista diferentes.

•Percepção alterada da realidade. Tendência a “alterar os dados objectivos da realidade”. Diferentes elementos de uma mesma família podem ter versões diversas à cerca dos mesmos eventos ou factos. Em famílias disfuncionais a tendência é para alterar os dados factuais e objectivos da realidade. Quando, por exemplo, uma criança descreve os acontecimentos reais de um dia de Natal como infelizes, o pai ou a mãe podem considerar, ao contrário da criança, que foi um Natal bem passado onde todos estavam felizes.

Estas contradições entre pais e filhos podem levar as crianças a duvidar das suas próprias experiências.

Apesar da existência de enormes disfuncionalidades, autores que trabalham e investigam nesta área, afirmam que todas as famílias têm competências, e destacam a necessidade dos terapeutas fazerem uma abordagem positiva que lhes permita, em conjunto com as famílias, explorar o seu sistema de valores e os seus recursos pessoais. Neste sentido, é importante procurar o que é possível na família e não o que é impossível,

 

Professores  e alunos agressivos

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Escutar numa relação individualizada

Com alunos difíceis a relação individualizada torna-se,  em muitos casos, necessária. É, importante,  contudo,  estar atento às armadilhas que devem ser evitadas e, por sua vez, às atitudes que se devem adotar.

 A escuta

O que significa escutar?

Escutar é acolher o que é expresso sem julgar, tentando compreender o mundo interior do outro, tendo em conta o seu sistema de referências.

Escutar ativamente é permitir dizer e entender-se a si próprio (sempre que reformulo estou a expressar o que ouvi e o que entendi do que ouvi). Para escutar é necessário calar e silenciar a minha reatividade que é vulgarmente o primeiro obstáculo a quem ouve o outro. Com efeito, se o que o outro diz me toca, eu sentirei vontade de falar, de me exprimir, de explicar, de convencer, de impor um julgamento e de expressar as minhas ideias e sentimentos.

Escutar o outro é, antes de mais, escutarmos-nos a nós próprios, isto é aprendermos a dominar e a gerir a nossa reatividade, reconhecer os nossos sentimentos e libertarmo-nos dos nossos medos.

A escuta de si próprio

natural que o comportamento dos alunos faça surgir, no professor, emoções e por vezes sentimentos violentos que vão moldar a relação professor-aluno.

Diante de um comportamento difícil, o professor pode responsabilizar o aluno ou, pelo contrário, autoresponsabilizar-se pela relação difícil que tem com ele, pelos  sentimentos negativos que vai vivenciando face ao aluno, sentindo-se culpado por isso.

Perante um aluno que lhe responde com arrogância, um professor pode interpretar o seu comportamento e reagir de diferentes maneiras:

1.  Ou explica a arrogância do aluno pelo desejo/necessidade deste se valorizar junto dos seus pares, decidindo ignorar momentaneamente o comportamento, e evitando, deste modo, situações de rivalidade  (sabendo que poderá, mais tarde falar a sós com o aluno);

2. Ou pensa que esta arrogância é o correlato de uma dificuldade pessoal  e pede ao aluno para no fim da aula não sair e esperar pelo professor para poderem conversar;

3.  Ou se sente vexado e exige ao aluno um imediato pedido de desculpa;

4.  Ou explode de forma irritada e expulsa o aluno da sala de aula.

Se os comportamentos e as palavras de um aluno suscitam em nós várias emoções, é porque esses comportamentos e palavras nos tocam nas nossas vulnerabilidades, nos nossos medos e nas nossas crenças.

 Reconhecer e consciencializar os próprios sentimentos é o primeiro passo para que os possamos controlar

Se, por exemplo, um professor se desilude com o comportamento de um aluno, é provavel que essa desilusão resulte do facto de ter investido muito do seu conhecimento e do seu afeto nesse aluno.  A diferença entre as expectativas criadas e o comportamento manifesto pode ser vivida pelo professor como uma agressão pessoal ou como uma reação de rejeição ou de cólera (do aluno para o professor). O professor ao atribuir a responsabilidade da sua decepção ao aluno, constrói a sua própria frustração na medida em que se apercebe que não valeu a pena todo o esforço e investimento que fez. Para o professor, é o aluno que tem que mudar.

Este contexto define a importância e a necessidade do professor se escutar a si próprio, de estar atento aos seus sentimentos e de conhecer os seus desejos, necessidades e inibições, porque são eles os factores responsáveis pelas atitudes que se assumem.

Apenas o facto de percepcionar e compreender o seu próprio funcionamento ajuda-lo-á a ser mais lúcido nos seus comportamentos e a criar distância face a eles.

É sobretudo um trabalho de aceitação de si próprio e dos seus limites que podem tornar possível o aumento da tolerância do professor face aos alunos.

Quanto mais o professor se libertar dos seus medos, menos se sentirá posto em causa pelos alunos. Perceberá que não há razões objectivas para se defender e, poderá então, agir de forma mais justa, ouvindo e aceitando o aluno tal como ele é na realidade.

 

Professores bem sucedidos com alunos difíceis. Como actuam?


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·        Vêm os seus alunos como sendo frágeis e têm um olhar positivo e optimista sobre eles.

·        Acolhem e respeitam o aluno estabelecendo com ele uma relação de pessoa a pessoa.

·        Estabelecem regras claras e limites bem definidos para o funcionamento da turma.

·        Praticam uma pedagogia de sucesso.

·        Favorecem e promovem a expressão individualizada dos alunos no interior da turma.

·        Trabalham em equipa com os seus colegas e com outros adultos da escola ou da comunidade.

Os alunos difíceis têm necessidade de ter professores que não atribuem um valor desmedido à sua agressividade, que não se sentem agredidos pelo seus comportamentos e que conseguem olhá-los de forma positiva.

Face a professores que assumem esta atitude os alunos sentem que são compreendidos nas suas dificuldades e que são respeitados. Esta interacção vai permitir que os alunos se autopercepcionem de maneira diferente, que adquiram maior segurança e, muitas vezes, que consigam iniciar um processo de mudança.

A relação escola-família

 

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A comunidade educativa é um grupo heterogéneo onde coexistem professores, psicólogos, pais, alunos, funcionários, etc., que manifestam dificuldades específicas para se  integrarem num núcleo comum de valores, e criarem laços afectivos e de solidariedade em torno desse núcleo. É difícil, para este conjunto de pessoas, gerar uma comunicação e um universo de motivações e interesses transversais a todos.

É habitual que professores e gestores escolares considerem e expressem a dificuldade de levar os pais à escola. A  maior parte das associações de pais manifestam, igualmente, que os esforços que desenvolvem para compreender e anular os obstáculos existentes e que condicionam a participação dos pais na vida da escola, não têm resultados significativos. Com frequência, a promoção de actividades aparentemente atractivas e apelativas ficam sem resposta por parte dos pais.

Contudo, é evidente que a preocupação das famílias pela qualidade da educação dos seus filhos é um fenómeno social crescente. Como se explica então essa dificuldade dos pais para se integrarem numa participação comunitária escolar?

Em primeiro lugar podemos por a hipótese dos pais não se identificarem como grupo, enquanto pais. Por outro lado, não podemos esquecer que, em matéria de educação, a sua motivação primária ou o seu interesse imediato não faz parte de um colectivo. Uma outra explicação prende-se com a ausência do sentimento de pertença à comunidade escolar, e com as razões que levaram os pais a escolher uma determinada escola para os seus filhos e que são forçosamente muito diversas se pensarmos no conjunto de pais. O grupo de famílias é, habitualmente, muito heterogéneo nos vários domínios psicossociais que se queiram considerar.

Investigadores deste domínio consideram que a participação dos pais nas dinâmicas e vida da escola é influenciada, entre outros, pelos seguintes factores:

a)  As condições da escola que permitem e promovem a identificação dos pais com a instituição escolar. A participação individual num grupo ou numa instituição será tanto maior  quanto maior for a sua identificação com os objectivos dos grupos e das instituições;

b)   A capacidade das instituições para satisfazerem as necessidades individuais. Se, por exemplo um pai de um aluno tem determinadas dúvidas ou problemas relativamente ao processo de escolarização do filho e a escola responde com interesse e capacidade para resolver os problemas apresentados, é fácil que esse pai se sinta identificado com a escola e nela participe.

É importante salientar que o psicólogo educacional pode apoiar os professores e educadores, para promoverem a relação escola-família, tendo necessariamente em conta:

·      O nível de instrução dos pais e as características específicas da sua cultura;

·      A natureza dos contactos a desenvolver com os pais e os locais onde esses contactos devem ser realizados;

·      A necessidade de se utilizarem várias formas para se atingir o objectivo de participação dos pais na vida da escola. Podem, por exemplo, ser assinados contractos ou criados grupos de suporte e de interajuda.

 

Constrangimentos à relação Escola-família

As grandes dificuldades que impedem os pais de participarem mais activamente na escola, foram sintetizadas nas seguintes variáveis:

•   Incompetência percepcionada pelos pais para lidarem com as tarefas escolares e insegurança para se envolverem nas aprendizagens dos filhos;

•    Ignorância ou desconhecimento dos currículos escolares e dos objectivos educacionais;

•    Vivência de experiências escolares negativas nas suas relações com a escola;

•    O contraste entre valores e experiências de professores e pais.

A investigação neste domínio tem vindo a chamar a atenção para os benefícios das comunicações positivas entre a escola e as famílias dos alunos. Sabe-se, com efeito, que os pais promovem as suas capacidades educativas e formativas. A forma como a escola comunica e interage com os pais afecta a extensão e a qualidade do envolvimento dos destes na aprendizagem dos filhos. Por outro lado, as escolas que comunicam sistematicamente os insucessos dos alunos desencorajam com maior frequência do que comunicam o sucesso dos alunos desencorajam o envolvimento dos pais fazendo com que estes se sintam impotentes para efectivamente ajudarem os filhos.

A comunicação é a base de uma parceria sólida. Quando a casa e a escola empreendem uma comunicação eficaz, desenvolvem-se relacionamentos positivos entre as duas instituições, os problemas são resolvidos com maior facilidade e há um aumento significativo no desempenho escolar dos alunos.

Os pais, as famílias e as comunidades desempenham um papel importante no apoio às aprendizagens dos alunos. O sucesso académico depende, em grande parte, do envolvimento dos pais na escola, do diálogo que estabelecem com os professores e directores de escola e da partilha de saberes (entre a escola e a família) que é realizada ao longo de todo o processo de aprendizagem e de escolarização das crianças e jovens.

 

Estilos Parentais

 

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A parentalidade assume quatro estilos principais: autoritário, autoritativo, permissivo e isolado. Embora nenhum pai seja consistente em todas as situações, os pais seguem algumas tendências gerais na forma como interagem com os filhos, tornando-se possível descrever o tipo de relação pai-filho e o estilo predominante da parentalidade. Essas descrições fornecem orientações para profissionais e pais interessados em compreender como as variações na relação pais-filhos afectam o desenvolvimento da criança.

O estilo parental é moldado pela história do desenvolvimento dos pais, pela sua educação e personalidade, pelo comportamento da criança e pelo contexto imediato e mais amplo da vida dos pais. O trabalho dos pais, as suas relações conjugais, as finanças familiares e outras condições são susceptíveis de afectar o comportamento dos pais e o seu bem-estar psicológico. Além disso, os pais de diferentes culturas, de diferentes classes sociais e de diferentes grupos étnicos têm diferentes configurações na maneira como lidam e educam os seus filhos. De qualquer forma, o comportamento e o desenvolvimento psicológico das crianças estão, em grande parte, dependentes do  estilo parental que define as características da interacção pais-filhos.

Pais autoritários

Os pais autoritários são rígidos nas regras que estabelecem, esperam obediência absoluta da criança sem qualquer questionamento. Crêem que a criança aceita as crenças familiares e os princípios que regem a conduta dos pais, sem perguntas. Os pais autoritários são disciplinadores e, muitas vezes, fazem depender do castigo físico e da indiferença afectiva, as reacções face ao comportamento dos filhos.

As crianças que vivem sob o domínio deste estilo parental são muitas vezes temperamentais, infelizes, receosas e irritáveis. Tendem a ser tímidas, retraídas e, geralmente, apresentam sinais evidentes de falta de autoconfiança. Se o afecto é bloqueado, a criança tende a ser rebelde e anti-social.

Pais autoritativos

Os pais autoritativos respeitam as opiniões de cada um dos seus filhos, permitindo que eles sejam diferentes. Embora existam regras no agregado familiar, estes pais permitem a discussão, caso as crianças não entendam o que se lhes exige ou as regras estabelecidas. Estes pais explicam aos filhos que embora eles (pais) tenham a autoridade final, é possível a negociação e o compromisso. Os pais autoritativos são responsivos e exigentes; são firmes, mas gerem a disciplina com amor e carinho, ao invés da utilizarem o poder; são susceptíveis de explicar as regras e as expectativas que têm face ao comportamento dos filhos. Este estilo parental determina, geralmente crianças com alta autoestima, autónomas, curiosas, assertivas e interactivas.

Pais permissivos

Os pais permissivos (indulgentes) exercem pouco ou nenhum controlo sobre o comportamento dos seus filhos. As regras, quando existem, são seguidas inconsistentemente. São explicados dados os motivos subjacentes à criação de regras, mas são as crianças que decidem se as vão seguir e em que medida. Os filhos aprendem que podem ter qualquer comportamento que está longe daquele que é esperado pela aplicação das regras. Os pais têm poucas expectativas face aos comportamentos dos filhos e a imposição da disciplina é inconsistente. Existem ameaças que raramente se concretizam e punições sem limites de regulação. Há, aqui, uma inversão de papéis: as crianças agem mais como os pais e os pais comportam-se como crianças.

Os filhos de pais permissivos podem ser desobedientes, agressivos, irresponsáveis e desafiadores. São inseguros, porque lhes falta directrizes que orientem o seu comportamento. No entanto, estas crianças são frequentemente criativas e espontâneas. Embora com baixa responsabilidade social e autonomia, são geralmente crianças alegres.

Pais isolados

Os pais isolados não são nem responsivos nem exigentes. Podem ser descuidados ou desconhecerem as necessidades da criança no plano dos afectos e da disciplina. Os filhos têm mais frequentemente dificuldades psicológicas e problemas de comportamento do que os outros jovens.

 

Automutilação

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A auto-mutilação, é definida como qualquer lesão realizada de forma intencional no próprio corpo. Geralmente, a auto-mutilação deixa marcas ou provoca danos nos tecidos da pele (derme e epiderme). Pode envolver vários comportamentos:

·        Corte;

·        Queimadura (ou “marca” com objectos quentes);

·        Reabrir feridas feitas anteriormente;

·        Puxões e arranque de cabelo;

·        Bater com a cabeça;

·        Bater em si próprio (com martelo ou com outro objeto).

O autolesionamento é habitualmente realizado pelo adolescente quando está sozinho e, na generalidade dos casos tende a esconder este comportamento.

Quem recorre mais à automutilação?

A autolesão pode ocorrer em ambos os sexos e em qualquer raça ou étnia. O comportamento não é influenciado pela educação, idade, orientação sexual, religião ou estatuto socioeconómico. No entanto, existem alguns factores comuns nos indivíduos que se automutilam.

A autoagressão ocorre mais frequentemente entre:

·        Raparigas adolescentes;

·        Indivíduos com história de abuso físico, emocional ou sexual;

·        Pessoas que têm problemas de abuso de substâncias, transtorno obsessivo-compulsivo ou transtornos alimentares;

·        Indivíduos que muitas vezes foram criados em famílias que desencorajavam a expressão da raiva e/ou de cólera;

·        Indivíduos com dificuldades em expressar suas emoções e a falta de uma boa rede de apoio social.

O que leva à automutilação?

A autoagressão ocorre geralmente quando as pessoas enfrentam sentimentos altamente angustiantes.

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As autoinjúrias são uma forma de:

·        Aliviar, temporariamente sentimentos intensos e uma forte ansiedade;

·        Se ser capaz de sentir dor física e não dor psicológica;

·        Quebrar a dormência emocional. A dormência emocional permite que alguém se corte sem sentir dor;

·        Pedir ajuda de forma indirecta ou chamar a atenção para a necessidade de ajuda;

·        Tentar afectar familiares e amigos, manipulando-os e fazendo-os sentir culpados.

A automutilação também pode ser um reflexo dos sentimentos de ódio que a pessoa vive internamente. Alguns indivíduos vivem sentimentos muito intensos que durante a sua infância não foram autorizados a expressar.

Outra forma de interpretar a automutilação é que este comportamento pode traduzir a necessidade do individuo de se autopunir por se considerar má pessoa ou indigno de ter uma vida normal. Estes sentimentos são uma consequência de comportamentos abusivos do próprio.

Mesmo que haja a possibilidade de um ferimento autoinfligido possa resultar em danos fatais, a autolesão não é considerada no espectro do comportamento suicida.

Quais são os tipos de automutilação?

Os tipos mais comuns de autolesão incluem:

·        Frequentes cortes e queimaduras;

·        Introdução de agulhas ou de bisturi;

·        Pancadas na cabeça;

·        Pressão nos olhos;

·        Mordeduras nos braços;

·        Arranque de cabelos;

·        Beliscões na pele.

Sinais de alerta de autolesão:

Os sinais de que um indivíduo possa estar envolvido em autolesão incluem:

·        Uso de calças e mangas compridas em clima quente;

·        A existência de isqueiros, lâminas de barbear ou objectos cortantes que não seria de esperar entre os pertences de uma pessoa;

·        Baixa auto-estima;

·        Problemas de relacionamento;

·        Dificuldade em gerir sentimentos;

·        Fraco desempenho no trabalho, escola ou casa;

 

PAIS, APRENDAM A DIZER NÃO AOS VOSSOS FILHOS

 

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Como dizer não de forma positiva

É necessário que os pais digam “não” a uma criança para que a criança mais tarde possa dizer “não” a si mesma. Todas as crianças — e alguns adultos — têm dificuldade em adiar a gratificação. “Eu quero agora”; “quero que o pai e a mãe me respondam sim quando eu desejo alguma coisa”. As crianças não têm, de início, capacidade cognitiva e emocional para adiarem os seus desejos

Algumas orientações que vos podem ajudar a dizer “não” sem stress e de forma positiva

1. Estabelecer um equilíbrio entre o “não” e o “sim”

Como os pais raramente dizem “não” as poucas vezes que o fazem provocam nas crianças um sentimento de frustração. Se pelo contrário os pais dizem “não” por tudo e por nada, a criança acredita que o mundo é um lugar negativo e vai crescer uma pessoa negativa. O mundo real é feito de “sim” e de ”não” e se houver bom senso da parte dos pais, produz-se uma aprendizagem nas crianças e uma interiorização progressiva do que podem ou não fazer.

2. O ”não” em desenvolvimento

A arte de como dizer não desenvolve-se com o seu bebé. Durante o primeiro ano de vida, não há nas crianças, distinção entre necessidades e desejos. Os pais, neste período dizem sim, ou comportam-se como tal. Durante o segundo ano, os desejos do bebê não são sempre  seguros ou saudáveis; desta forma os pais dirão sim ou não consoante os contextos. Dos nove aos quatorze meses, o não vai crescendo no comportamento dos pais. “Entre os quatorze e os dezoito meses, os bebés frustram-se com muita facilidade sempre que são contrariados.

Neste período os pais têm que ter coragem e energia suficientes para dizer não, o que exige, em muitos casos formas criativas de atuar.

3. Usar alternativas criativas para dizer “não” de forma positiva

Muitas vezes para se conseguir dizer não de uma forma positiva é necessário mudar de ambiente e de contexto. Se uma criança teima em fazer coisas que não pode, a melhor forma para lidar com esta situação é mudar o seu ambiente e, por exemplo sair de casa.

Fora de casa, num parque infantil, o seu filho pode andar à vontade porque está num lugar seguro. Para os pais pode ser um bom momento para lerem o jornal ou uma revista do seu interesse.

4. Ensinar as crianças a pararem

Desde muito cedo que as crianças têm que aprender a parar; para isso, os pais têm que utilizar a linguagem corporal, já que a palavra não é ainda descodificada da melhor forma e deve ser utilizada quando o desenvolvimento cognitivo permitir aceder ao seu significado. Sempre que a criança parar uma actividade que lhe não é conveniente, os pais devem corresponder com olhares de orgulho e de aprovação, de gestos de deleite e prazer. Devem, ainda, abraçá-la e dizer “Eu gosto muito de ti”.

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5. Treinar sons diferentes para comportamentos diferentes

Muitas vezes uma mudança de humor ou a introdução de gestos não são suficientes para parar ou redireccionar as acções impulsivas. As palavras são necessárias. As crianças aprendem desde cedo que a disciplina imposta através de palavras tem poder e exige uma resposta mais rápida do que a disciplina imposta através de outras formas. As crianças aprendem também, muito precocemente que os diferentes tons de vozes que os pais utilizam têm significados diferentes. Os pais podem treinar formas diversas de exercitar a sua linguagem quando querem que os filhos parem com uma actividade que não lhes é aconselhável. Devem adaptar a intensidade do som consoante a gravidade do comportamento. Sons mais altos e mais intensos devem ser aplicados perante situações de verdadeiro perigo.

6. “O olhar” disciplinador

Os pais podem aprender a dizer não sem dizer uma palavra. Um olhar de desaprovação pode ser muito eficaz para parar um comportamento. O domínio do olhar”, pode ser decisivo. Lembrem-se, que os vossos olhos revelam o que estão a pensar e a sentir. Muitos pais transmitem através do olhar sentimentos de raiva ou desprezo para com os filhos, sentimentos que rapidamente são descodificados pelos filhos. Se os pais reconhecem o que está a acontecer e se apercebem do que as crianças estão a sentir é bom que os adultos conversem com os filhos sobre o que o assunto.

Seja como for, é importante que a criança entenda que os pais desaprovam o comportamento e não a criança. Sentido, é importante dizer, com um abraço, um sorriso ou uma explicação a, “não gosto do que fez, mas continuo a gostar muito de si.”

7. Criar alternativas para a palavra “não””

Os pais não devem exagerar a repetição constante do “não”, porque se o fizerem, o “não” deixa de ser eficaz e perde a sua força disciplinadora. Devem usar palavras mais específicas que se adeqúem às situações. O ideal será acompanhar o “não” de uma explicação racional., por exemplo “o dia está muito frio, por isso se te molhas a brincar com a água, podes ficar doente”. Se os pais usarem, desde cedo, e de forma tranquila, frases para corrigir o comportamento dos filhos, as crianças rapidamente apreendem que o “não” é uma prova de amor e de protecção

8. Evite contextos em que o confronto é mais difícil de resolver

Quando, por exemplo, os pais levam os filhos a uma loja de brinquedos, para comprar um presente de aniversário para o amigo do seu filho, apercebem-se rapidamente que ele se desmotiva rapidamente de comprar um presente para um amiguinho e o que lhe interessa é correr a loja de forma impulsiva e sem controlo para escolher presentes para ele.

Para evitar o inevitável os pais podem dizer “Não, não podes ter esse brinquedo”.

É importante que antes de irem para a loja se explique a situação: “o que vamos fazer não é comprar presentes para si, mas comprar um presente para o teu amigo que hoje faz anos”.

9. A importância do “não” no desenvolvimento infantil

Dizer “não” é importante para o desenvolvimento da criança e ajuda-a a estabelecer a sua identidade como indivíduo. Os pais não podem considerar que os comportamentos de oposição das crianças são sintomas de rebeldia ou de rejeição da sua autoridade. Alguns sentem que não devem tolerar, nos filhos, qualquer tipo de transgressão às suas ordens e normas, porque pensam que ao permitirem esse comportamento estão a diminuir a capacidade de exercer a sua autoridade.

O que se passa é que as crianças têm de experimentar os limites dos pais. Estes podem aprender a respeitar os desejos individuais dos filhos e continuar o exercício da autoridade. Quando a criança cresce, a capacidade de conviver com colegas em determinadas situações (roubo, mentira, drogas e assim por diante), vai depender da sua capacidade de ter aprendido a dizer não e a rejeitar situações que prejudicam, seriamente, as suas vidas.

10.Personalizar o “Não”

Se os pais tendem a gritar com os seus filhos, é importante que personalizem a reprimenda e digam, por exemplo “Joana, não quero que tornes a repetir este comportamento”. Com efeito, uma frase personalizada suaviza o som e respeita a criança, objecto de repreensão.

11.Colocarmo-nos no lugar do outro

Para dar aos seus filhos tudo o que eles precisam, alguns pais correm o risco de lhes dar tudo o que eles querem. Quando as mães começam a dizer “não”, em momentos apropriados, com confiança, firmeza e ternura podem fazê-lo sem correr o risco de ameaçar a criança.

Por tentativa e erro, aprendemos que qualquer desejo de uma criança merece ser ouvido, como merece ser ouvido o seu ponto de vista. O facto de a ouvirmos e de sermos capazes de nos colocar no lugar dela (criança) não significa que vamos mudar de opinião ou alterar a nossa decisão.

 

Use o louvor e a recompensa para incentivar o bom comportamento dos seus filhos ou dos seus alunos

Use o louvor e a recompensa para incentivar o bom comportamento dos seus filhos ou dos seus alunos

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Qual a importância do elogio?

O uso de elogios e de recompensas ajudará os vossos filhos e alunos a sentirem-se mais felizes, mais autoconfiantes e mais integrados no seio da família e da escola.

Os elogios e recompensas também ajudam as crianças a sentirem-se mais valorizados e apreciadas quer pelos pais, quer pelos professores.

Muitas crianças malcomportadas têm a crença de que o que se espera delas é sempre um comportamento inadequado e, dificilmente acreditam, que lhes é possível adoptarem comportamentos diferentes do habitual.

Os louvores e recompensas vão ajudar a mudar essa crença.

Como fazer elogios – Aspectos gerais:

·       Os louvores devem ser usados frequentemente;

·       É importante que pais e educadores se esforcem para dar elogios a um bom comportamento, por mais esperado que ele seja e mais fácil de assumir pelas crianças;

·       Não espere que as crianças sejam perfeitas;

Como devo usar os louvores?

·       O louvor deve ser dado imediatamente após a expressão de um bom comportamento;

·       Pais e professores ao darem um elogio ou louvor devem manter contato visual com a criança;

·       Os louvores devem ser dados com entusiasmo e genuinidade;

·       Quando der um louvor, diga à criança a razão por que o está a fazer;

·       Use palavras como ‘brilhante’, ‘maravilhoso,’ óptimo ‘, e diga que está orgulhoso e satisfeito pelos comportamentos que a criança, aluno ou filho está a assumir;

·       Louve a criança na frente de outras pessoas que podem elogiar também e, desta forma reforçar o seu elogio.

Que recompensas devo dar?

·       Pergunte sempre ao seu filho ou ao seu aluno que recompensas ele gostaria de ter;

·       Escolha um comportamento que considere importante mudar e apenas um de cada vez;

·       Dê uma recompensa quando o seu filho ou o seu aluno tenha adquirido esse comportamento;

·       Quando der uma recompensa, deve ter a certeza de que pode manter a sua promessa;

·       Tente evitar o uso de dinheiro, brinquedos caros ou grandes viagens; são recompensas que não podem ser mantidas com regularidade;

Quando devo recompensar?

·       As crianças de 3 ou 4 anos devem ser recompensadas de imediato,  enquanto que as crianças de idades compreendidas entre 4 a 8 anos podem esperar um ou dois dias. Crianças mais velhas podem ser recompensadas no decorrer de uma semana;

Erros a evitar:

·       Nunca prometa uma recompensa que não possa dar;

·       Não retireRecompensas1 a recompense prometida,  mesmo que a criança se porte mal a seguir.

E finalmente lembre-se que:

O louvor é uma das ferramentas mais poderosas que os pais e professores podem usar para incentivar o bom comportamento dos seus filhos e alunos.

As crianças que têm tido comportamentos inadequados desde há muito, vão precisar de muito tempo e encorajamento para acreditarem que podem mudar.

Todas as crianças respondem melhor ao elogio e à recompensa do que críticas e punições.

 

 

O Clima de sala de aula e a sua construção – Professores eficazes

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O ambiente de sala de aula é influenciado pelas orientações estabelecidas para o seu funcionamento, pelas características dos alunos e pelos seus elementos físicos. Os professores, muitas vezes, têm pouco controle sobre determinadas questões, tais como a temperatura, tectos e paredes da sala, mas estas questões influenciam significativamente a vida e a gestão das salas. Os professores eficazes, facilmente e com habilidade gerem e organizam a sala de aula, esperando que os alunos contribuam com os seus comportamentos para um clima de sala estimulante e proporcionador das aprendizagens.

Parece prudente dar especial atenção ao clima de sala de aula, dado que ele pode ter um impacto significativo na atitude e aprendizagem dos estudantes. Os professores eficazes “perdem” muito tempo a preparar a sala no início do ano e especialmente no primeiro dia de aulas para organizar o espaço, estabelecer a gestão, e compreender e trabalhar as expectativas dos alunos relativamente ao seu comportamento.

Gestão de sala de aula – este conceito respeita as acções e estratégias mobilizadas pelos professores para resolverem problemas de disciplina nas salas de aula. Os professores eficazes utilizam regras, procedimentos e rotinas para garantir que os alunos estejam activamente envolvidos na aprendizagem. Estes professores ao utilizarem estas estratégias, normas e rotinas não pretendem controlar o comportamento do aluno, mas influenciá-lo e direccioná-lo de uma forma construtiva para definir o “registo” e as coordenadas em que o professor pretende gerir o processo de ensino-aprendizagem.

Organização de sala de aula – centra-se sobre o ambiente físico. Os professores eficazes tornam o ambiente seguro. Colocam, estrategicamente os móveis e as mesas dos alunos e os materiais com o objectivo de optimizar a aprendizagem do aluno e reduzir os estímulos distractivos.

Expectativas sobre o comportamento do aluno – é um elemento chave na elaboração de expectativas por parte dos alunos. Os professores eficazes sabem que o comportamento do aluno não é apenas influenciado pelas regras e suas consequências. Sabem, igualmente, que a componente de maior importância é o desenvolvimento de um clima de sala de aula que influência a forma como os alunos percepcionam o seu ambiente e assumem comportamentos específicos. Assim, os professores eficazes esperam que os alunos ajam de maneira a contribuir para um ambiente de sala de aula positivo.

Gestão de sala de aula

Os professores eficazes criam e mantêm salas de aula focadas no acolhimento amistoso dos alunos que resultam num aumento significativo nas aprendizagens dos estudantes. Estes professores ensinam e ensaiam regras e procedimentos com alunos, antecipam as suas necessidades, possuem um plano para orientar os novos alunos e utilizam instruções claras quando se dirigem aos estudantes. Usam um número mínimo de regras para garantir a segurança e a interacção positiva na sala de aula, e estabelecem rotinas para manter a sala sem problemas. Na verdade, tem-se observado que as competências de gestão de sala de aula são essenciais para que professores e alunos possam trabalhar e obter resultados.

 Regras

Como sabemos, praticamente tudo o que envolve interacções entre as pessoas exige regras. De facto, as regras ajudam a definir comportamentos. Temos, contudo, que ter em atenção que as regras, embora aparentemente fixas, elas sofrem modificações ocasionais no quotidiano de uma sala de aula. No entanto, as normas estabelecem os limites do comportamento, e a consistência da sua implementação é essencial para uma gestão de sala de aula eficaz.

Os professores eficazes têm um número mínimo de regras de sala de aula, e tendem a concentrar-se nas na forma de interagir com os alunos, na manutenção de um ambiente seguro e na participação dos alunos na aprendizagem. Estes professores dão explicações claras das regras.

Muitas vezes, os professores utilizam pistas não-verbais e a proximidade e o redireccionamento para prevenir o mau comportamento. Essas técnicas permitem recentrar o aluno; no entanto, há alturas em que é necessária uma intervenção mais forte. Quando uma regra é quebrada, um professor eficaz é preparado para resolver problemas, mas atenção, na resolução de problemas é de todo indesejável que uma turma inteira sofra consequências negativas quando apenas um ou dois alunos infringiram as regras.

Rotinas

Os procedimentos ou rotinas são formas específicas de fazer as coisas que, na sua maior parte, variam pouco durante o curso do dia ou do ano. As salas de aula exigem, normalmente, muitas rotinas para que o seu funcionamento seja eficaz e eficiente. Por exemplo, as rotinas incluem comumente a forma de entrar e sair da sala de aula, a forma como se faz a chamada, como se intervém, como se utilizam com segurança os materiais, como se despeja o lixo, etc.. Na sua essência, as rotinas moldam o clima de sala de aula.

As rotinas capacitam os alunos a serem mais responsáveis pelo seu próprio comportamento e aprendizagem na sala de aula. Quando surgem problemas de gestão, o professor tem procedimentos para lidar com os conflitos de forma eficiente, justa e consistente. Assim, o resultado destes procedimentos liberta tempo útil para o processo de ensino e aprendizagem.

Organização de sala de aula

A organização e gestão de sala de aula estão interligadas. Enquanto as regras e rotinas influenciam o comportamento do aluno, a organização da sala de aula afecta os elementos físicos da sala, tornando o ambiente mais produtivo e com influência positiva no desempenho dos alunos. A forma de organizar as salas influencia o comportamento dos que nela participam. Por exemplo, acções tão simples como o estabelecimento de locais fixos para os materiais de laboratório, a manutenção de pastas para os alunos guardarem os seus trabalhos, a localização dos materiais, a forma como as secretárias ou mesas estão dispostas, etc.. Enquanto estes procedimentos parecem ter uma importância insignificante eles podem ser componentes essenciais para uma sala de aula sem problemas de funcionamento.

Expectativas do comportamento do aluno

Os professores eficazes têm maiores expectativas relativamente aos comportamentos dos alunos. Nas salas onde existe uma boa gestão e organização os alunos estabelecem facilmente altos níveis de cooperação e são equilibrados nos seus relacionamentos. Os professores eficazes têm expectativas altas em relação aos seus alunos e reforçam os comportamentos desejados com chamadas de atenção verbais e não-verbais. Outra característica dos professores eficazes é que apoiam individualmente e, sempre que necessário, os alunos e utilizam estratégias de intervenção específicas para ajudar os estudantes a aprenderem os comportamentos desejados.